Até agora tal já é possível, mas apenas os bancos e clientes aderentes do sistema MbWay (da empresa SIBS).
Já a partir do próximo ano, todos os bancos que operam em Portugal têm de disponibilizar esta funcionalidade. A este sistema os clientes não têm de aderir, basta que a sua conta bancária esteja associada a um número de telefone.
“No nosso ‘homebanking’ fazemos uma transferência normal, não precisamos de digitar o IBAN [número de identificação bancária]. Este serviço ficará disponível em qualquer canal, em qualquer serviço de transferências”, afirmou hoje o administrador do BdP Hélder Rosalino, em conferência de imprensa no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
O administrador do Banco de Portugal disse que esta solução tecnológica está em desenvolvimento e que custará ao BdP “centenas de milhares de euros”. Já os bancos pagarão o custo dessa funcionalidade na mensalidade que pagam por estarem no Sistema de Compensação Interbancária (SICOI).
Contudo, disseram hoje os responsáveis do regulador e supervisor bancário, os bancos não podem cobrar aos clientes por este serviço, ou seja, podem cobrar pela transferência, mas não o uso dessa funcionalidade específica.
Questionado sobre as críticas da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Hélder Rosalino recusou que com ela o BdP “esteja a concorrer com os prestadores de serviços de pagamento”.
“O BdP não concorda com esses reparos e críticas, não estamos a concorrer com os prestadores de serviços de pagamento, estamos a desenvolver funcionalidades que podem melhorar os serviços de pagamento”, afirmou.
Também até final do primeiro trimestre será disponibilizada outra funcionalidade na qual numa transferência de dinheiro após a digitação do IBAN é apresentado o nome do beneficiário dessa transferência.
Quando um cliente faz uma transferência aparece o nome completo do beneficiário e só depois de aparecer essa informação o cliente concretiza a transferência.
Hélder Rosalino considerou hoje que ambas as soluções “minimizam as situações de envio de fundos para destinatários errados”.
Questionado sobre a possibilidade de se criar uma base de dados de números de IBAN e números de telefone fraudulentos, que impeça que sejam transferidos dinheiro para essas contas, Hélder Rosalino disse que “esse tema também está a ser analisado” mas que implica uma regulamentação complexa e que mexe com a proteção de dados pessoais e considerou que as funcionalidades hoje apresentadas serão importantes meios de redução da fraude.
IM // MSF