Ainda em vida, Belmiro de Azevedo conseguiu concretizar dois dos seus maiores desejos: separou o controlo acionista da gestão executiva do grupo e tornou a sua herança indivisível. Através de um pacto familiar, tornou o seu legado empresarial imune a ramificações familiares futuras ou eventuais guerras entre herdeiros. Transformou a Efanor Investimentos – a antiga holding pessoal que detinha a maioria do seu património – num family office, que passou a ser controlado pelos três filhos e, no futuro, pelos seus descendentes. Quando o pai faleceu em 2017, os filhos – Nuno, Paulo e Cláudia – tinham posições iguais no capital da Efanor, de 25,11% cada um. Os três, em conjunto, tinham ainda uma participação de 10% nessa holding. Outros 10% estavam na Fundação Belmiro de Azevedo.
Paulo, o filho do meio, sucedeu ao patriarca na direção executiva do grupo em 2007, numa espécie de “concurso” em que participaram gestores profissionais como Ângelo Paupério, Álvaro Portela e Nuno Jordão, três dos quadros de topo do grupo. Em 2015, ano em que completou 50 anos de carreira, Belmiro de Azevedo abriu mão das funções administrativas que ainda mantinha. Morreu dois anos depois, com a certeza de que o grupo seria sempre gerido por profissionais, fossem ou não membros da família. Desde 2019 que é Cláudia, a filha mais nova, quem está à frente dos negócios.
1 760 milhões de euros
Os três filhos de Belmiro de Azevedo controlam um vasto património empresarial que vai desde a distribuição, através da marca Continente, passando pela gestão de centros comerciais, a indústria e os média, até às telecomunicações, com a operadora NOS