“O setor da suinicultura nacional está a atravessar uma crise gravíssima com milhares de postos de trabalho em perigo, animais sem alimento e famílias em risco de perder o seu único meio de subsistência”, apontou, em comunicado, a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS).
Os suinicultores pedem assim “medidas indispensáveis e prementes” para responder à escassez dos cereais, que, por sua vez, compromete a alimentação animal, face à oferta do mercado internacional e à baixa autossuficiência nacional.
Por outro lado, reclamam que a “escalada dos custos de produção” seja parada, uma vez que tem levado à perda de competitividade das empresas portuguesas, “podendo mesmo pôr em causa a sustentabilidade de muitos suinicultores, com risco de falência e desemprego”.
De acordo com a federação, os custos com a alimentação animal aumentaram 30% neste ano, enquanto o preço pago ao produtor desceu perto de 40%.
A contribuir para a escalada dos custos de produção está ainda o preço da energia que, em alguns casos, é 50% mais elevado do que no ano passado, bem como o dos combustíveis, que é 28% mais elevado do que no período homólogo de 2020.
Acresce ainda o facto de a procura externa por parte dos países terceiros ter abrandado no segundo semestre deste ano e as “sistemáticas campanhas de promoção” dos operadores do retalho, com incidência na carne de porco, “esmagando ainda mais as margens de toda a fileira”.
Segundo dados avançados pela FPAS, em Portugal, estima-se que existam cerca de 20.000 pequenos negócios famílias de suinicultura, que são os que correm “maior risco de falir”.
Contudo, conforme notou, os preços dos porcos continuam a baixar.
“A somar a tudo isto, não nos podemos esquecer que existe uma perda de competitividade do setor suinícola nacional face aos parceiros comunitários, agravada pela falta de convergência fiscal com a média da União Europeia em matéria de serviços energéticos e de uma eficaz regulação de práticas comerciais nas relações da cadeia de valor”, sublinhou.
PE // CSJ