São 67 e chamam-se scaleups. Ou seja, são startups que já angariaram mais de um milhão de dólares em financiamento (quase 900 mil euros).
Estas tecnológicas portuguesas que ainda estão na infância empresarial (só contam as que foram criadas desde 2010) foram identificadas num estudo sobre o ecossistema empreendedor do nosso País, levado a cabo pela Startup Europe Partnership (SEP) em parceria com a aceleradora Beta-i.
No seu conjunto, estas 67 já angariaram 311 milhões de euros, sendo que €116 milhões foram conseguidos apenas no último ano. Estes valores representam 0,2% do nosso Produto Interno Bruto e, embora estejam ainda bem abaixo da média europeia (0,33% do PIB), já estão acima da média dos países do sul da Europa (0,14% do PIB).
“Portugal está em 15.º lugar no ranking dos ecossistemas europeus de scaleups. Mas está a crescer e a crescer muito rapidamente”, refere o estudo, que mostra como 62% do capital angariado vem de fora.
Os maiores investidores nas startups portuguesas são os americanos, que colocaram cá, desde 2010, 145 milhões de euros. Seguem-se os portugueses, com €108 milhões, e os ingleses, com €33 milhões.
Neste período de tempo, ainda não tivemos nenhum IPO (Oferta Inicial de Venda, ou seja, entrada em bolsa), mas já houve 17 saídas de cena – não se trata de falências, mas de aquisições por outras empresas.
Por cá, costumamos dizer que temos apenas um “unicórnio” (uma startup avaliada em mais de mil milhões de euros). Embora tenha sede em Londres, a Farfetch foi fundada pelo português José Neves (não perca aqui a recente entrevista que lhe fizemos) e anda na alta roda das tecnológicas.
O estudo identifica, no entanto, seis scaleups que têm tudo para seguir os passos da Farfetch. Uma delas é a Uniplaces, uma plataforma online de aluguer de casas e quartos a estudantes. Miguel Santo Amaro falou connosco recentemente.
Outra é a Feedzai, que criou uma inovadora solução anti-fraude eletrónica. Tem sede em Coimbra e o fundador Nuno Sebastião contou-nos tudo sobre a sua empresa.
Há mais quatro – a Veniam, a Unbabel, a Outsystems e a Aptoide (mais informação aqui) – a quem é apontado um futuro risonho.