A conclusão é resultado de um primeiro inquérito que lançará as bases para a constituição de uma base de dados para a criação de um Índice de Perceção de Fraude (IPF) em Portugal. Depois de ter um índice da economia paralela, o Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF), em colaboração com a GFK Portugal, quer medir a perceção dos portugueses em relação à fraude. A partir de uma matriz de 1007 pessoas, dos 18 aos 68 anos, e com as características principais da população portuguesa, este primeiro inquérito demonstrou que a autoridade tributária e as empresas públicas encabeçam as vítimas de fraude, logo seguidas das Câmaras e juntas de freguesia.
81% dos inquiridos, acham que a fraude aumentou ou aumentou muito no último ano, sendo 33% sente que a eficácia do sistema de justiça no combate à corrupção é pequena (33%) ou muito pequena (19%).
A corrupção e suborno, assim como a fraude fiscal são os tipos de fraude percecionados como tendo maior dimensão e 18% referem ter sido vítimas de procedimentos fraudulentos, por “uma, duas ou três vezes”.
Outro dado apresentado por José António Moreira, membro do OBEGEF e que participou no grupo de estudo, é a de que há uma muito maior perceção da fraude no interior e Algarve, do que no litoral. “A explicação será a de que é no litoral que haverá mais circulação de informação e o facto de as pessoas estarem mais perto dos centros de decisão”, avançou o economista, também gestor.
O inquérito realizou-se entre os dias 5 e 17 de setembro do ano passado e o OBEGEF espera agora realizá-lo todos os anos, a fim de medir a evolução da perceção dos portugueses relativamente a estes fenómenos, na expectativa de poderem vir a cruzar estes resultados com dados efetivos juntos dos tribunais e instituições de justiça.
– Vários membros do OBEGEF escrevem regularmente crónicas no site da VISÃO. Leia ou releia aqui.