Portugal é o País da União Europeia onde o custo da mão de obra mais caiu e o segundo (ex-equo com a Polónia) com menos empregos disponíveis. Os dados, relativos ao terceiro trimestre de 2015 (por comparação ao período homólogo), foram avançados hoje pelo Eurostat, a autoridade estatística da União Europeia.
Na zona euro (composta por apenas 19 países da UE), o custo da mão de obra subiu 1,1% e na UE28, cresceu 1,8%, um pouco menos que no segundo trimestre deste ano (16,6% e 1,9%, respetivamente). Mas em Portugal, o custo caiu 2,8%, remetendo o nosso país para o fundo da tabela europeia. A Portugal, seguem-se a Eslovénia (-1,5%), o Chipre (-0,5%), a Itália e o Luxemburgo (ambos com -0,4%). Por contraste, as maiores subidas registaram-se na Letónia e na Bulgária (ambas com um aumento de 7,4%) e na Roménia (7,3%).
As notícias sobre emprego disponíveis também não são animadoras, quando se olha para Portugal. Se na Zona Euro a taxa de emprego disponível se estabeleceu nos 1,6% (e 1,7% na EU28), em Portugal (e na Polónia), os países com a segunda taxa taxa mais baixa da Europa, os valores situam-se nos 0,6% – pior, só a Letónia, com 0,4% de empregos disponíveis. Entre os Estados Membros, Bélgica (2,7%), Alemanha e Reino Unido (2,6% cada um) são aqueles onde se registaram as taxas mais elevadas de emprego disponível. E recorde-se que, de acordo com o Observatório da Emigração, o Reino Unido se tem vindo a confirmar como o principal destino dos emigrantes portugueses.
O cenário agrava-se quando se refere que em Portugal (e na Alemanha) foi registada uma diminuição de de emprego disponível de 0,1 pontos percentuais (ligeiramente superior aos valores verificados na Grécia, onde a diminuição foi de 0,2pp, no terceiro trimestre). O maior aumento registou-se na Bélgica (2,7%), na Alemanha. Ou seja, Portugal não é apenas o Estado Membro onde o emprego mais diminui, é também dos que, à partida, tinham menos emprego disponível.