- Com tarifa bi-horária, a luz fica quase por metade do preço nas chamadas horas de vazio. Seja rigoroso e ligue as máquinas da loiça e da roupa (verdadeiros vampiros de eletricidade) apenas à noite. “Foi assim que reduzimos a fatura da luz 20 a 30 euros por mês”, garante Vera Quaresma, técnica de recursos humanos. Já que falamos disto, está na hora de abolir o stand-by, responsável, em média, por 19 euros do consumo anual de eletricidade.
- A geração “usa-e-deita-fora” já não existe. Cada vez mais gente perde tempo a fazer pequenos arranjos para esticar a vida da roupa e do calçado. Por exemplo, é possível comprar uma máquina de costura a partir de 50 euros. Ao segundo par de calças que remenda, já compensa. “Faço roupa para a minha filha a partir de peças que deixei de usar, por gosto e porque representa uma poupança. A minha máquina de costura está mais do que paga”, diz Sónia Gonçalves, 32 anos, autora do blogue Bricolar e Poupar.
- Não desperdice água. Ponha um balde na banheira para aproveitar a água antes de aquecer o suficiente e utilize-a para regar as plantas ou lavar o chão. Ponha uma ou duas garrafas no autoclismo para diminuir o volume de água. Certifique-se de que não tem fugas ou torneiras a pingar.
- Precisa de um banco ou de uma mesinha? Vasculhe a sua arrecadação. Recuperar ou renovar peças de mobiliário é mais fácil e barato do que parece. “Uma gaveta de cómoda torna-se numa prateleira, pregando-a a uma parede; um tampo de vidro sobre um pufe transforma-o numa mesa; de eletrificar uma jarra ou uma garrafa vintage resulta um candeeiro… Dando aos objetos uma nova vida, podemos reutilizá-los vezes sem conta!”, diz Joana Alves de Sousa, designer de interiores.
- Calcule o valor da comida que tem em casa. Sempre que deixar estragar alguma coisa ou atirar restos para o lixo, traduza o esbanjamento em euros. Vai ver que o desperdício diminui. Saiba que os americanos deitam fora 40% da comida que compram, segundo os cálculos de Jonathan Bloom, autor do livro Como a América manda fora quase metade da sua comida (e o que podemos fazer em relação a isso)
- Leve marmita para o emprego. Seja com restos do jantar ou com comida preparada de raiz, é mais barato do que comer fora e quase sempre mais saudável. Além disso, não é vergonha nenhuma, pelo contrário: está na moda. O mesmo se aplica aos pequenos-almoços e lanches. Uma sanduíche feita em casa custa cinco vezes menos do que num café.
- Evite os pré-cozinhados. A comida caseira é mais barata, saudável e, com tempo e dedicação, mais saborosa. “Cada vez compro menos coisas preparadas”, assevera Rute Cairréu, do blogue Os Tostões Cá de Casa. “Até faço pão e bolachas, e raramente compro sumos – ou fazemos nós ou bebemos água.”
- Invista numa pequena horta. Basta meia dúzia de vasos para se tornar autossuficiente em ervas aromáticas. Quando se sentir mais confiante, arrisque num tomateiro, em rúcula, alface, curgete…
- Não precisa de comprar bife do lombo para comer bem. Abuse das ervas aromáticas e das marinadas para melhorar o sabor dos alimentos, e guarde a água de cozer o frango para usar noutros pratos.
- Se não consegue trocar o carro pelos transportes públicos, pelo menos não pague o combustível ao preço do caviar. Há estações de serviço low cost e bombas de supermercados com gasolina até 10 cêntimos mais barata (algumas têm descontos maiores à noite). Estude os preços na sua zona ou visite o site maisgasolina.com.
- Partilhe o carro. Espreite as páginas boleias.com, carpool.com.pt, deboleia.com e galpshare.pt., e veja se alguns dos seus vizinhos vão para os seus lados. Os administradores dos sites garantiram à VISÃO que registaram um crescimento considerável de utilizadores. Paulo Gingão, do carpool.com.pt, atribui o movimento à “crise e aos aumentos de gasolina”, apesar de ter criado a página para combater a poluição e o trânsito.
- Nunca vá ao supermercado de estômago vazio. Um estudo do neurologista canadiano Alain Dagher mostra que a fome liberta uma hormona que faz a comida parecer mais apetitosa – com resultados desastrosos para a sua carteira. Os padrões de atividade do cérebro, nessa altura, têm semelhanças com os de viciados em drogas.
- Não param de nascer sites que agregam promoções. Restaurantes, hotéis, sessões de bem-estar, relógios e mais uma imensidão de produtos e serviços estão disponíveis com descontos de 50% a 80 por cento. “Quando fiquei desempregada, consegui manter o mesmo estilo de vida com a ajuda destes descontos”, diz Cátia Santos, estudante de design de moda. Regra de ouro: não compre só porque é barato.
- Use os sites de usados. E nos dois sentidos – para comprar e vender. Vasculhe o roupeiro e a arrecadação, e livre-se do que não precisa. Cada vez mais portugueses fazem o mesmo, o que se traduz num boom de páginas da especialidade, com algumas das maiores empresas a conter mais de 600 mil anúncios.
- O seu carro, computador ou telemóvel não aguentam mais uns tempos? Talvez sim. Em Portugal, a vida média de um automóvel cresceu 14% em três anos, a do telemóvel passou de 16 para 18 meses em dois anos e a dos computadores portáteis de 4,3 para 4,4 anos em apenas um ano. Se os outros conseguem…
- Opte pelas chamadas marcas brancas, que já conquistaram muitos portugueses. Em 2011, 35% dos produtos vendidos em supermercados pertenciam às próprias cadeias (dois anos antes, o número ficava-se nos 30 por cento). Não admira: de acordo com um estudo da Deco, as marcas brancas são quase um terço mais baratas e de qualidade semelhante.
- Planeie as suas compras de supermercado com base nos folhetos que recebe na caixa de correio, recheados de produtos baratos para atrair os clientes. Faça uma lista, antes de sair de casa e não se desvie um cêntimo.
- Visite menos o supermercado. É preferível fazer compras para, pelo menos, a semana toda do que ir diariamente buscar legumes para a sopa do jantar e sair de lá com três sacos cheios de extras. E esprema a despensa e o frigorífico até ao fim, antes de ir às compras.
- Use menos os cartões de débito – e fuja dos de crédito. Comece a pagar as suas compras com dinheiro. Vai ver que pensa duas vezes antes de entregar aquela nota de 50 euros. “Damos mais valor ao dinheiro se o virmos desaparecer do que se pagarmos com um cartão de plástico”, afiança Sónia Gonçalves, do blogue Bricolar e Poupar. No início, seja radical: deixe o multibanco em casa, até se habituar a usar notas.
- Faça as contas para saber quanto ganha por hora e, quando estiver a namorar aquele gadget de última geração, traduza o preço em horas de trabalho. Ainda vale a pena? “O meu marido trabalha por conta própria. Quando penso em comprar alguma coisa, lembro-me sempre de que isso implica ele sair mais cedo ou chegar mais tarde, e assim passar mais tempo fora, longe da família”, comenta a bloguer Sónia Gonçalves.
- Não compre por impulso: a emoção é o maior inimigo da carteira. Desta forma, reduz o risco de se arrepender. Aliás, o consumo emotivo parece estar a perder espaço, aponta o estudo da The Consumer Intelligence Lab: 32,3% dos portugueses arrependem-se cada vez menos das suas compras.
- Em vez de girar um globo e apontar um destino ao calhas, adapte as suas férias às promoções que encontra. Ou marque as viagens com muita antecedência. Ou, melhor ainda, vá para fora cá dentro – fica mais em conta e a economia nacional agradece.
- Não corte em tudo – faça opções. Escolha o que é mais importante para si. Prefere o ginásio ou a engomadoria? Gostava de jantar fora uma vez por semana ou comprar um jogo novo? O seu objetivo deve ser conciliar um modo de vida frugal, sem desperdício, com o conforto, e não passar a viver sem mimos.
- A crise está a convencer os portugueses a passarem mais tempo nos seus lares (38% saem cada vez menos, diz o inquérito da The Consumer Intelligence Lab). Mas a vida social não tem de ser destruída. Combine jantares com amigos em sua casa. Gasta menos do que no restaurante e não há razão para que a diversão seja menor. Já tem uma desculpa para resgatar ao pó aquele velho jogo de tabuleiro.
- Como dificilmente conseguirá, nesta altura, cortar nas grandes despesas (esqueça a renegociação do spread com o banco), desbaste nas pequenas coisas. Misture água no champô para o aproveitar até à última gota, tome duches mais curtos, use descontos para ir ao cinema, passeie no jardim ou junto à praia em vez de ir para os centros comerciais e leve farnel. Qual foi a última vez em que fez um piquenique?
- Deixe de fumar. Se comprar um maço de Marlboro por dia (4 euros), um fumador gasta 120 euros por mês. Um casal que fume queima, mensalmente, metade de um salário mínimo – ao fim de um ano, são 2 920 euros transformados em fumo. Quanto paga de prestação da casa…?
- Não pode passar sem a bica ou o cimbalino quando chega ao trabalho? Junte-se com os seus colegas e compre uma máquina de café decente. Após o investimento inicial (50 a 100 euros), cada chávena sai a cerca de 30 cêntimos. Quanto mais gente contribuir, mais rápido é o retorno do investimento.
- Planeie o seu orçamento ao pormenor: aponte as despesas fixas e estipule quantias para as compras no supermercado, para gastar nos tempos livres, roupa, tudo aquilo de que se lembrar, e mais um valor de reserva (chame-lhe poupança ou folga). Tente não ultrapassar o valor em cada parcela, mas, se isso acontecer, compense diminuindo essa quantia noutro item ou, se preferir, na mesma parcela do orçamento do mês seguinte.
- Durante um mês, aponte todas – todas! – as suas despesas. Quando somar as contas aparentemente mais insignificantes, vai chegar a um valor surpreendente. “Percebi que gastava 50 ou 60 euros em restaurantes de fast food ou a encomendar pizzas”, exemplifica Rute Carréu, autora do blogue Os Tostões Cá de Casa. “Agora, faço as pizzas em casa. A farinha para a massa é baratíssima e os ingredientes podem ser as sobras que encontramos no frigorífico. Uma pizza caseira não custa mais de 2 euros.”
- Defina uma mesada para cada membro da família gastar consigo mesmo. Quem ultrapassar o limite, verá o valor equivalente ao desvio descontado na quantia do mês seguinte. Atenção, que não estamos a falar só das crianças – vale também para os adultos.
- Arranje um mealheiro. Há uma expressão que diz que 1 euro poupado é 1 euro ganho. Não é verdade: 1 euro poupado vale muito mais do que 1 ganho. Os estudos demonstram que os impostos, o tempo e as despesas associadas ao emprego (transportes, refeições) transformam cada euro de rendimento em apenas 60 cêntimos, em média. Já 1 euro poupado vale mesmo 1 euro.
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