Uma pista de atletismo é uma pista e nada mais do que uma pista. É assim que os leigos olham para o local em que assentam os pés velozes dos desportistas olímpicos. Ainda nem tinham começado as provas que os iriam pôr à prova e já havia uma protagonista nesta modalidade. A pista, precisamente, que afinal não é apenas uma pista, nada mais do que uma pista.
A empresa italiana de Alba, responsável pela construção desta de Paris – que é roxa e tem causado sensação apenas ao olhar – é a Mondo, de Maurizio Stroppiana, a mesma que se dedica a esta idealização, de quatro em quatro anos, desde 1976, quando os jogos de verão se disputaram em Montreal, no Canadá.
Alessandro Piceli é o diretor de investigação e desenvolvimento da empresa e assegura que as pistas estão sempre em atualizações técnicas que fazem os atletas melhorar os seus resultados, tal como os equipamentos desportivos. É certo que a pista de Paris é ainda melhor do que aquela aonde se bateram recordes no Japão, conseguindo, através dos avanços tecnológicos, e uma conexão dinâmica com a nova geração de ténis, melhorias na ordem dos 1 a 2 por cento.
Como? Por baixo daquele roxo visível em todas as provas, existem duas camadas de borracha. O nível inferior tem células em forma de favo de mel e é nesses alvéolos que o ar absorve o choque da aterragem do pé durante a corrida. Depois, ele é empurrado para fora, devolvendo a energia à medida que o pé levanta voo. Esta tecnologia, fruto de anos de investigação por parte de químicos, engenheiros e físicos, custou entre dois a três milhões de euros.
Giorgio Lesage, o diretor de inovação e sustentabilidade da Mondo, lembra que esta pista também foi concebida para melhorar os tempos nos Paralímpicos, que começam a 28 de agosto nas mesmas instalações. Como é feita de borracha, a interação com as cadeiras de rodas é mais eficaz.
Aguardemos pelos recordes, então.