A lenda vai engrossando. Aos 31 anos, e depois de já ter anunciado a sua retirada por duas vezes, Michael Phelps voltou a fazer aquilo que sabe fazer melhor e que nunca ninguém fez como ele: ganhar medalhas em Jogos Olímpicos. Na noite de domingo, 6, no Rio de Janeiro, “o melhor olímpico de sempre” ajudou a selecção dos EUA a ganhar a medalha de ouro na final da estafeta de 4×100 metros livres. Foi a última prova da noite de competições num Estádio Aquático Olímpico completamente lotado e que celebrou, ruidosamente, mais um título do nadador que, no Rio, se tem mostrado muito mais descontraído do que nas quatro Olimpíadas anteriores em que participou.
Percebe-se porquê: Michael Phelps está, desta vez, muito mais interessado em desfrutar dos Jogos do que em bater recordes. Por isso, pela primeira vez, desfilou com os restantes atletas na cerimónia de abertura (e logo como porta-bandeira dos EUA) e vai participar em muito menos provas do que era habitual (“apenas” três individuais e duas estafetas). Só que, apesar dessa descontracção, Michael Phelps não deixou de ser… Michael Phelps: ou seja, o atleta mais competitivo que alguma vez surgiu nos Jogos Olímpicos. O nadador capaz de superar os mais incríveis desafios (o seu recorde oito medalhas de ouro numa única Olimpíada, Pequim 2008, dificilmente será igualado tão cedo).

© David Gray / Reuters
Com a medalha conquistada no Rio de Janeiro, partilhada com os companheiros Caeleb Dressel, Ryan Held e Nathan Adrian, o super Phelps aumentou o seu recorde: tem agora 19 medalhas de ouro, duas de prata e duas de bronze.
Nos próximos dias, esse recorde pode ser ainda mais ampliado, já que ele vai participar nos 200 metros estilos, e nos 100 e 200 metros mariposa. E tem credenciais poderosas em todas essas provas: é ainda o recordista mundial nas de mariposa e é triplo campeão olímpico nos estilos. A lenda vai continuar a engrossar.
Quanto à comparação do número de medalhas de Phelps com as de Portugal, é conveniente recordar que, nos Jogos de Londres 2012, o nadador americano também já tinha igualado o nosso total. Mas por pouco tempo: quatro dias depois dele ter ganho a sua 22ª medalha, a dupla de canoagem composta por Emanuel Silva e Fernando Pimenta ganhou, em K1 – 1000m, a 23.º medalha da história olímpica portuguesa. Agora, no Rio de Janeiro, a competição particular dos portugueses com Michael Phelps voltou a ser aberta. Quem aceita o desafio?