Os primeiros esforços de exibição de arte moderna e contemporânea portuguesa com a marca da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) começaram em lugares que hoje nos podem parecer bem surpreendentes. Desde início que o apoio às artes plásticas sintonizadas com a atualidade era prioritário para a instituição que nasceu em Lisboa, em 1956, e funcionaria, a partir daí, como uma espécie de ministério da cultura muito mais atento à contemporaneidade e aos artistas emergentes do que a esgotada e passadista máquina oficial do Estado Novo.
Em território nacional, as primeiras exposições de uma ainda embrionária coleção de arte moderna da FCG, que se tinha começado a formar em 1958, aconteceram, em 1962, nos Açores (Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Horta) e na Madeira (Funchal). Aí, foram mostradas 45 obras de 45 artistas nacionais em atividade, sendo que muitas delas não eram figurativas e apostavam numa abstração que ainda era (muito) estranha à grande generalidade do público português.