É difícil imaginar, mas vale a pena tentar. Umas ilhas pouco habitadas, verdejantes, um grande rio, um estreito e outros cursos de água à beira do Atlântico, ilhotas espalhadas, fauna abundante… Aquilo a que chamamos Nova Iorque é um arquipélago. Das cinco áreas em que a grande cidade se divide (boroughs), só uma está na plataforma continental norte-americana e não numa ilha: Bronx. Manhattan e Staten Island são ilhas; Queens e Brooklyn fazem parte da Long Island. Desde 1898, são essas as cinco regiões administrativas da cidade de Nova Iorque – que também é nome de um dos 50 estados dos EUA, cuja capital é Albany e não a metrópole gigante com que partilha o nome.
O tempo é relativo, já se sabe, e podemos, por isso, dizer que não foi assim há tanto tempo que toda aquela área era praticamente selvagem, com uma população indígena a viver em harmonia com a Natureza. Manhattan, o mais célebre e central borough de Nova Iorque, é uma palavra que tem origem nas línguas nativas, significando “ilha das colinas”. Os lenapes eram o povo que habitava nessas terras. Foi há 400 anos que tudo ali começou a mudar, num caminho sem retorno de ocupação vinda da Europa.