A estreia foi em dezembro de 1965 e, durante quase 60 anos, “Mary Poppins” foi um filme recomendado para toda a família. Pelo menos até agora, pois o Reino Unido acaba de mudar a classificação etária deste filme.
Anteriormente, este clássico da Disney protagonizado por Julie Andrews tinha uma classificação universal, o que quer dizer que estava indicado para todas as audiências por não ter qualquer conteúdo ofensivo ou chocante. Contudo, agora o filme tem uma recomendação de “Vigilância Parental”, um indicador daquele país de que uma criança deverá assistir a um conteúdo junto de um adulto que possa contextualizar algum diálogo ou cena ou explicar que certos comportamentos ou comentários já não são aceitáveis atualmente.
Esta alteração tem como fundamento a expressão “hotentotes” usada pelo personagem Almirante Boom para se referir às crianças aos cuidados da ama Mary Poppins, quando estas aparecem com os rostos sujos com cinzas.
O termo terá tido origem nos colonos dos Países Baixos para descrever os primeiros habitantes da África Austral, que se autodenominam “Khoikhoi”, e é, atualmente, considerado racialmente ofensivo.

Silver Screen Collection/Hulton Archive/Getty Images
Um representante do British Board of Film Classification (BBFC), entidade responsável pela classificação etária e censura daquele país, explicou o que motivou a mudança, em declarações ao Daily Mail:“Através da nossa investigação sobre o que é o racismo e a discriminação, entendemos que uma preocupação dos pais é a potencial exposição das crianças a linguagem ou comportamentos discriminatórios que possam causar angústia ou que levem à repetição sem que a potencial ofensa seja entendida.”
A alteração da classificação etária de filmes tem sido recorrente, dadas as alterações culturais e as mais recentes exigências do público. Por exemplo, o filme “Dumbo”, de 1941, também tem agora uma recomendação de “Vigilância Parental” devido ao uso de tabaco, tal como o filme “Peter Pan”, de 1953, devido a expressões consideradas racistas e personagens que representam estereótipos que agora são tidos como ofensivos.