Iniciativa da Acesso Cultura – Associação Cultural sem fins lucrativos, a semana é organizada para promover a reflexão e uma maior consciência em torno do que é o acesso físico, social e intelectual à participação cultural, contando atualmente com 151 associados, desde profissionais do setor e organizações culturais.
Ao longo de sete dias, decorrerá uma programação para dar a conhecer melhor alguns projetos de diferentes pontos do país e que “fazem a diferença”, como afirma a associação, composta por debates, conversas e partilha de experiências, prémios de boas práticas na área da acessibilidade, e a iniciativa “Portas Abertas” aos bastidores de entidades culturais.
A semana abrirá hoje, às 18:00, com o debate “The Activist museum: going deeper” (“O Museu Ativista: ir mais longe”, em tradução livre), na Casa Fernando Pessoa, com a participação de Esme Ward, diretora do Manchester Museum, aberto ao público em fevereiro deste ano, no Reino Unido, e Njabulo Chipangura, curador neste museu.
Na terça-feira, às 18:30, decorrerá o lançamento da publicação “10+1 – Acesso, participação e democracia cultural: visões e experiências”, no São Luiz Teatro Municipal, também com entrada livre, para conversas com dez estruturas culturais com quem a Acesso Cultura tem colaborado “para pensar o acesso, a participação e a democracia cultural em Portugal”.
Na publicação digital bilingue – em português e inglês – estão reunidas dez entrevistas a responsáveis de várias entidades, juntando-se a de Ben Evans, diretor da área de artes e deficiência do British Council, que introduz um contexto internacional na reflexão, descreve a Acesso Cultura num texto sobre o programa.
A cerimónia dos Prémios Acesso Cultura 2023 está prevista para quarta-feira, na Biblioteca de Marvila, às 18:30, com entrada livre, e a iniciativa “Portas Abertas” decorre ao longo da semana com um conjunto de entidades que darão a conhecer espaços normalmente fechados ao público.
Desde 2013 que, através de múltiplas consultorias, estudos e publicações, a Acesso Cultura diz ter “procurado colaborar e ajudar o setor cultural português a identificar e eliminar barreiras físicas, intelectuais e sociais”, nomeadamente iliteracia, desemprego, proveniência étnico-racial, deficiência, isolamento social, escassez de oferta cultural na zona onde uma pessoa reside, isolamento geográfico, baixos rendimentos, cumprimento de pena judicial, entre outros.
Em 2020, publicou o manual “A participação cultural das pessoas com deficiência ou incapacidade: como criar um plano de acessibilidade”, uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa/Polo Cultural Gaivotas|Boavista.
Um ano depois, concretizou a criação da Rede de Teatros com Programação Acessível, com o apoio do BPI e da Fundação La Caixa, com o objetivo de reforçar a oferta cultural acessível fora dos grandes centros urbanos e a colaboração entre teatros.
Ações de formação, estudos, palestras, debates, e “Sessões Descontraídas” – espetáculos que decorrem numa atmosfera com regras mais tolerantes quanto a movimento e barulho na plateia por serem dirigidas a públicos com necessidades especiais – têm sido desenvolvidas por esta entidade em todo o país.
Esta entidade sem fins lucrativos, reconhecida oficialmente em fevereiro de 2021, pela sua utilidade pública, trabalha em regime de voluntariado e com parcerias.
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