Eduardo Lourenço, um dos maiores ensaístas portugueses da História moderna, morreu hoje, em Lisboa, aos 97 anos.
Nascido a 23 de maio de 1923 na aldeia de São Pedo de Rio Seco, concelho de Almeida, no distrito da Guarda, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1946, onde se tornaria assistente. Em 1949, emigrou para França, para um estágio na Universidade de Bordéus. No mesmo ano, publicou o seu primeiro livro, Heterodoxia.
Passou depois por outras universidades francesas e alemãs, passando ainda por uma brasileira, antes de ficar a viver em Vince, sul de França. Entretanto casou-se, em 1954, com Annie Salamon, falecida em 2013.
Entre os numerosos prémios que recebeu ao longo da sua extensa carreira (que incluiu centenas de ensaios publicados na imprensa portuguesa, com destaque para a VISÃO, com que colaborou durante muitos anos), destacam-se o Prémio Camões, em 1996, o Prémio Pessoa, em 2011, e o Prix du Rayonnement de la Langue et de la Littérature Françaises, da Academia Francesa, em 2016. Foi ainda condecorado com Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, além de outras condecorações em França.