A cantora pop fez história na última edição dos Grammy Awards – por se ter tornado na mais jovem de sempre a vencer as 4 principais categorias –, mas agora está a ser alvo de críticas, nas redes sociais, por parte de fãs do género musical rap. Em causa estão as declarações feitas à revista americana Vogue, em que a artista acusa os rappers de mentirem sobre armas e mulheres nas letras das suas músicas.
“Só porque a história não é real, não significa que não possa ser importante”, disse Eilish na mesma entrevista. “Há uma diferença entre mentir numa música e escrever uma história. Há toneladas de músicas em que as pessoas estão apenas a mentir. Há muito disso no rap de agora, de pessoas que eu conheço que cantam rap.” e acrescentou, “Dizem coisas como, ‘eu tenho a minha AK-47 [arma], estou a fo…’, ‘e eu fico tipo, o quê? Tu não tens uma arma.’ Todas as minhas pu… [bitches]’ Quais pu…? Isso é exibicionismo, eu não faço isso. “
As declarações motivaram reações negativas na rede social Twitter, com várias publicações de fãs de rap a acusarem a artista de racismo e de se aproveitar da estética do rap. Aos fãs juntaram-se as vozes do artista e ativista americano Ferrari Shepard, que não poupou nas críticas à adolescente, “Billie Eilish vai ganhar ainda mais agora depois de ter adotado uma abordagem colonial ao hip hop. Preferes que as histórias de rap sejam 100% não ficção para que possamos produzir mais rappers mortos ou presos? Cala-te e fica no teu canto”, disse Shepard, no Twitter.
É a segunda polémica que envolve a adolescente no espaço de dois meses, depois de, em entrevista à revista Vanity Fair, ter revelado que trocava mensagens com o rapper canadiano Drake, 15 anos mais velho do que Eilish, de 18 anos.
Apesar das críticas, a verdade é que Eilish parece ter o reconhecimento de artistas do mundo do hip hop e rap. Na mesma entrevista, a jovem revelou que mantém contacto com rappers, como Young Thug, Ty Dolla Sign ou Kid Cudi. Além disso, Tyler, The Creator – vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Rap – disse, em julho do ano passado, que gostava de colaborar com a adolescente.