O conceito e a organização são de Filipe Melo, conhecido músico, argumentista de BD e realizador de cinema. No interior, um outro ‘cadáver esquisito’, desta feita por escritores, além de textos teóricos e pequenos contos inspirados no mais famoso dos monstros.
Frankenstein, o monstro, foi criado através de partes de corpos de várias pessoas. Partiu-se deste conceito para a ideia de pedir a vários ilustradores que desenhassem em conjunto uma imagem da criatura para a capa do Jornal de Letras. A cada ilustrador foi atribuída uma parte do corpo (duas pernas + dois braços + tronco + cabeça), sem que nenhum deles soubesse o que os outros estavam a desenhar. O resultado foi esta expressiva figura, com um rosto que faz lembrar o de oscar Wilde. A obra é assinalada de forma coletiva, sem que se discrimine o trabalho de cada uma. Mas se quiser, claro… podem tentar adivinhar.
Da mesma forma, no interior do jornal, apresenta-se um texto escrito a seis mãos (ou, se preferirem, a doze, para quem escreve a computador), usando a técnica surrealista do ‘cadavres exquis’ – cada escritor prossegue o texto do anterior, sendo que lê apenas a última frase que este escreveu. Nesta ‘aventura’ de escrita, participam Ana Teresa Pereira, Bruno Nogueira, Pedro Mexia, Safaa Dib, Sérgio Godinho e Yvette Centeno. Filipe Melo foi um autêntico Dr. Frankenstein, que coseu à mão todos estes corpos.
O tema dedicado aos 200 anos do romance Mary Shelley completa-se com dois textos teóricos, dos professores Rogério Miguel Puga e Sérgio Rodrigues, e três contos, da autoria de Arlindo Oliveira, Patrícia Portela e Raquel Ribeiro.