“Hipótese número um: ’12 Anos Escravo’ ganha o óscar para melhor filme. Hipótese número dois: são todos racistas.” Ellen DeGeneres disse a piada no início da cerimónia de entrega dos Oscars e o público riu. No fim, ’12 Anos Escravo’ acabou mesmo por ganhar o Óscar para melhor filme.
A anfitriã da cerimónia de entrega dos Oscars brincou com o assunto, mas a piada acerca da pressão social associada ao filme sobre escravatura está mais perto de ser uma crítica do que um gracejo.
Alguns membros da Academia podem ter ignorado o seu sentido crítico no que respeita à qualidade do filme de Steve McQueen, e feito a sua votação com base num sentimento de “dever” moral. Mais grave, é o facto de alguns não terem chegado sequer a ver o filme.
Segundo um artigo no Jornal Los Angeles Times “dois eleitores dos Oscars admitiram em privado não terem visto o filme ’12 Anos Escravo’, pensando que podia ser demasiado perturbador. Dizem, no entanto, que decidiram votar de qualquer forma porque, devido à relevância social do filme, sentiram-se obrigados a faze-lo.”
“12 Anos Escravo” venceu também as categorias de Melhor Atriz Secundária graças à performance de Lupita Nyong’o e Melhor Argumento, graças à escrita de John Ridley. Ou então, porque ninguém quis parecer racista.