É a primeira visita ‘oficial’ de Sophia Loren ao nosso país. A atriz italiana, de 75 anos, estará sábado, dia 11, pelas 18 horas, no Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego, numa cerimónia de homenagem que contará, entre outros, com a presença do fadista Carlos do Carmo, que lhe dedicará um fado. A mostra, ainda sem uma sessão competitiva, apresenta um breve ciclo dedicado à atriz, com Ontem, Hoje e Amanhã, La Ciociara, Matrimónio à Italiana, de Víttorio De Sica; Pronto-a-Vestir, de Robert Altman; e Nove, de Rob Marshall.
Outro grande destaque do festival é o espanhol Carlos Saura. O realizador de Fados apresenta o seu novo filme Io, Don Giovanni, uma história baseada em Lorenzo da Ponte, um protegido de Mozart. Também em ante-estreia, O último voo do Flamingo, de João Ribeiro (ver p. 28), a adaptação do livro homónimo de Mia Couto; South of the Border, o documentário de Oliver Stone sobre governantes da América Latina; 5 vezes favela, realizado por cinco cineastas brasileiros que retrata em outras tantas histórias a realidade dos bairros de lata das grandes cidades do Brasil; ou O amor e outros demónios, de Hida Hidalgo, a partir do livro de Gabriel García Marquez. Entre os convidados, destaca-se ainda o compositor argentino Gustavo Santaolalla, autor das bandas sonoras de 21 Gramas, Diário de Motocicleta ou O Informador. A programação do festival foi definida por Salvato Telles de Menezes e o espanhol António Saura.
O Queer Lisboa decorre de 17 a 25 de setembro no cinema São Jorge. Um dos filmes mais esperados passa logo na sessão de abertura. Trata-se de Do Começo ao fim, de Aluizio Abranches, que mereceu grande atenção mediática aquando da sua estreia no Brasil, por retratar uma história de homossexualidade e incesto.
O Queer está dividido em 14 secções. Salienta-se as sessões competitivas, que incluem 10 longas-metragens de ficção, 10 documentários e 10 curtas, com prémios para os melhores filmes e atores, atribuídos por um júri que integra nomes como José Luís Peixoto, Rita Blanco e Adília Godinho. Toda a atenção para a Argentina, com El Ultimo Verano de La Boyita, da Julia Solomonoff, deverá ser a única ante-estreia do festival ; e Plano B, de Marco Berger, que encerra o festival. E também para os documentários Shoot My Love, de Tmoer Heymann; e Postcard Daddy, de Michael Stock, com a presença dos realizadores. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, com a esteia do filme Morrer como um Homem, de José Pedro Rodrigues, o cinema português não está muito representado. Um dos filmes mais esperados é a curta Cavalos Selvagens, de André Santos e Marco Leão. Ainda há espaço para a Queer Art, filmes com ligações a outras artes, selecionados por Ricke Merighi; Queer Pop, com documentários e telediscos, curados por Nuno Galopim; e ainda as Noites Hard, com filmes mais explícitos selecionados por Luís Assis.
Fora do cinema, o festival vai homenagear, no espaço memória, o escritor e artista plástico Mário Cesariny, falecido em 2006, que inclui uma exposição, a exibição de Autografia, de Miguel Gonçalves Mendes, e os documentários de Carlos Cabral Martins sobre Cesariny, Cruzeiro Seixas e José Francisco e ainda uma conversa com Miguel Gonçalves Mendes. Na secção Clássico Comentados, o escritor e crítico Eduardo Pitta fala sobre Cabaret, de Bob Fosse. E em palavras Queer, Luís Miguel Cintra recita García Lorca.
Lá mais para o final do mês, no dia 29, começa o MotelX, que se tem vindo a afirmar como um grande festival de cinema de terror, com uma programação cada vez mais exigente e alargada. Prova do seu crescimento é a primeira vista a Portugal do americano George A Romero, uma das maiores referências do género, autor do clássico O Regresso dos Mortos Vivos.