São dez da manhã de uma sexta-feira e no interior da Basílica do Bom Jesus do Monte, a dez minutos de carro do centro de Braga, meia centena de peregrinos escuta uma homilia em polaco. Apesar da manhã chuvosa de janeiro, não param de chegar outros grupos vindos de fora: espanhóis, italianos, asiáticos.… Ainda não há números oficiais, mas em 2024 mais de dois milhões de peregrinos visitaram o santuário, 38% dos quais portugueses (lideram as visitas). Todos se espantam com a grandiosidade do monumento religioso em estilo barroco, a avaliar pelas fotografias que tiram com o telemóvel à igreja construída pelo arquiteto Carlos Amarante, entre 1784 e 1811, e na qual se destacam oito estátuas que representam personagens na condenação, na paixão e na morte de Cristo. Poucos se atrevem a descer ou a subir o escadório que representa a Via-Sacra (573 degraus desde o pórtico ao adro), pelo que a maioria opta pelo elevador (€3, ida e volta) que, em março, fará 142 anos e é o mais antigo do mundo ainda em funcionamento.
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“O turismo religioso e cultural tem vindo a crescer. Braga é a cidade das igrejas [tem 82 e mais quatro basílicas], por isso, esta conotação está sempre presente”, lembra Varico Pereira, diretor da Pastoral do Turismo na Arquidiocese de Braga, que acaba de lançar a rota Quatro Santos Arcebispos de Braga, que liga São Martinho de Dume, São Geraldo, Frei Bartolomeu dos Mártires e São Frutuoso, este último na freguesia de Real, onde recentemente foi requalificado o Convento de São Francisco, que deverá vir a receber o Polo de Arqueologia do Cávado. “Procuramos que o turismo religioso não fique só no centro da cidade, mas também nestes tesouros escondidos”, sublinha Varico Pereira, na capela dedicada a São Frutuoso e que é monumento nacional.