O que é?
O tecido adiposo (“gordura”) é a reserva energética do corpo humano. A gordura visceral é o tecido adiposo (gordura) que se armazena dentro do abdómen e à volta de alguns órgãos muito relevantes, tais como o fígado, o pâncreas e os intestinos. Já o tecido adiposo subcutâneo localiza-se no tronco (tórax e parede abdominal anterior) e por debaixo da pele dos membros superiores e inferiores. O tecido adiposo também se pode localizar dentro do músculo.

Como é que surge?
O desenvolvimento de grandes quantidades de tecido adiposo visceral relaciona-se não apenas com a resistência à insulina mas com a intolerância à glicose e a diabetes mellitus tipo 2.

Pode ser causada pela alimentação? Que tipo de alimentação?
Os nutrientes que se associam ao desenvolvimento da obesidade são os que provocam o aumento do tecido adiposo visceral. Assim, o consumo crónico de grandes quantidades de doces, gorduras (fritos, molhos, queijos), farináceos (pão, batatas, arroz, ervilhas, etc.) e álcool.

A menopausa aumenta essa gordura?
Com o aumento da idade há a redução no metabolismo e redistribuição de gordura no abdómen, portanto, com os consequentes riscos da síndrome metabólica, de diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. O sedentarismo e a ingestão de nutrientes hipercalóricos associam-se ao excesso de peso progressivo, que é característico de muitos idosos. O stresse crónico, por elevação da síntese e secreção de cortisol, eleva de modo significativo os depósitos da gordura visceral.

A chamada “barriguinha de cerveja” é gordura visceral?
A “barriguinha de cerveja” pode corresponder apenas ao aumento do tecido adiposo subcutâneo (casos de excesso ligeiro de peso), mas nos casos das obesidades grave e mórbida a “barriga” que se desenvolve corresponde aos depósitos do tecido adiposo não apenas nas vísceras mas também com localização generalizada subcutânea e dentro dos músculos.

Quais são os órgãos mais afetados por esta gordura?
A gordura visceral é armazenada na cavidade abdominal, pois influencia a função das hormonas. Um excesso de gordura visceral pode, portanto, ter consequências potencialmente perigosas. Com os produtos tóxicos libertados para o sangue, todos os órgãos podem ser afetados.

Porque é tão perigosa? Quais as consequências?
O risco de aumento do tecido adiposo visceral associa-se a morbilidades e à mortalidade mais precoce, associadas à diabetes mellitus tipo 2, a doenças cardiovasculares e a tumores malignos (mama, intestino e fígado).

É possível controlar ou acabar com esta gordura?
O tecido adiposo visceral pode ser controlado ou reduzido pela participação em atividade física regular, uma alimentação saudável e equilibrada, reduzir a ingestão de álcool, redução dos níveis de stresse e horas suficientes de sono.
No que toca à alimentação, note que nem toda a gordura é má. No vídeo, veja o que deve saber para comer melhor e evitar encher-se de coisas que só fazem mal: