Os investigadores norte-americanos Paul Babiak e Robert Hare, autores do livro “Snakes in Suits” (Serpentes de Fato), concluiram que há uma relação entre a psicopatia, que se caracteriza por uma falta de consciência, e as pessoas que atingem o sucesso ou a riqueza.
A incidência de psicopatas nos cargos de CEO, por exemplo, é quatro vezes mais alta do que na população em geral, sublinha, por seu lado, o jornalista Jon Ronson, no livro “The Psychopath Test” (O Teste do Psicopata). “Basicamente, quando falamos com eles [psicopatas] são diferentes dos seres humanos. Faltam-lhes coisas que fazem de nós humanos: empatia, remorso, bondade”, defendeu, em declarações à revista Forbes.
Aqui ficam os sete traços comuns entre psicopatas e pessoas ricas e bem sucedidas, compilados pelo Business Insider:
1 – Falta de empatia: Psicopatas são incapazes de sentir empatia, entender os sentimentos e experiências dos outros. Tendem a focar-se em relações sociais com as quais possam beneficiar. A falta de empatia foi também associada aos ricos e poderosos num estudo de 2008 conduzido por psicólogos da Universidade de Amsterdão e UC Berkeley. Na altura, os investigadores agruparam desconhecidos em pares e pediram-lhes que partilhassem momentos difíceis nas suas vidas. Os participantes que eram mais ricos ou maior status social mostram menos compaixão e atenção do que os restantes.
2 – Egotismo: Ambos tendem a falar muito bem de si mesmos, gostam de se exacerbar a si próprios.
3 – Charme superficial: Um estudo analisou a personalidade de 39 líderes de negócios britânicos e comparou os resultados com os de criminosos condenados. Os resultados foram semelhantes em alguns dos indicadores de psicopatia e os executivos até tiveram pontuações mais altas em capacidades que as empresas valorizam mas que são comuns aos psicopatas: lisonjeiros e manipuladores, disposição para explorar os outros e falta de consciência.
4 – Falta de Remorsos: Os psicopatas são, normalmente, muito charmosos e carismáticos, mas mostram pouco remorso quando suas ações prejudicam os outros e tendem a culpar os outros. O jornalista Ron Johnson aponta o antigo CEO da marca de automóveis britânica Sunbeam como um exemplo destas características. Al Dunlap, que conquistou um lugar do Top 10 da Time para os “piores patrões”, era conhecido pelos seus despedimentos e restruturações agressivas.
5 – Egoísmo: Faz sentido que as pessoas ricas sejam mais generosas, mas um estudo recente mostrou o contrário: São as pessoas mais pobres que fazem as maiores doações para a caridade, relata o The Economist. Nas classes mais baixas o sentimento de responsabilidade é maior, concluiram as experiências que se seguiram.
6 – Comportamento anti-ético: Pessoas de classe alta são mais propensas a ter comportamento pouco éticos do que pessoas de classes mais baixas. As pessoas mais ricas tendem a violar a lei durante a condução, roubar, mentir durante uma negociação ou aprovar comportamento anti-ético no trabalho,
7 – Tendência para o tédio: Os psicopatas gostam de viver em constante perigo e emoção. Muitos deles cometem crimes ou magoam os outros apenas para a própria emoção e satisfação. “Basicamente, os psicopatas podem ser patrões brilhantes mas apenas a curto prazo”, comentou ainda o jornalista, nas declarações à Forbes.