1. Ainda que me custe, não tenho outro remédio senão concordar com o presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos quando diz que “o Primeiro-ministro não tem condições psicológicas para governar o país, para se dirigir à nação ou até mesmo para exercer a chefia de um conselho de ministros”. Eu acrescentaria: quanto mais o actual PM se “alapa” ao poder, mais instável vai continuar o nosso mercado financeiro, a situação tem tendência a piorar e só um cego não consegue ver que este foi dos piores PM que meteram os pés em São Bento. Depois dos mais recentes episódios fraudulentos de empresas públicas/privadas para com o próprio Estado – o mesmo é dizer para connosco – ninguém pode deixar de ficar indiferente, angustiado, revoltado para com aqueles que nos (des)governam. Este é o tempo em que qualquer um pode chamar de mentiroso a um titular de um alto cargo de Estado, sem que nada lhe possa acontecer. Nem um processo, nem uma carta formal de desculpa, nem sequer um protesto. Quem já se esqueceu do “speaker” do workshop sobre energias renováveis, que teve o desplante, diante de um público concentrado de individualidades estupefactas, chamar ao palco o já descredibilizado: Eng.º José “Trocas-te”? Vergonha nacional. A propósito, o homem ainda trabalha para o mesmo patrão? Hoje não só é possível desconfiar, como chamar de mentiroso alguém que outrora nos podia muito bem remeter para a prisão sem pestanejar. Hoje, ou eles mentem-nos descaradamente na cara e não deviam ocupar o lugar que lhes fora “ingenuamente” confiado, ou, não mentiram e, como tal quem denegriu o nome de alguns visados na praça pública (Godinho, Vara, Pedro Soares, pai e filho Penedo, Henrique Granadeiro, Juan Luís Cebrian, Polanco, Lino, Charles Smith, o primo de Sócrates e, podíamos continuar com uma lista de duas folhas A4, frente e verso) deve prestar contas à Justiça. Alguns já estão a prestar, nos casos, Casa Pia, BPN e Face Oculta, mas para não variar quem está a ser incriminado é apenas a “raia miúda”. Não gostariam de ver os “mandatários” sentados no banco dos réus? Há três décadas atrás este tipo de conflitos resolvia-se a punhos, no século XX era com prisão e hoje é com assobios para o ar. Ora o sentido de responsabilidade, assim como o sentimento de culpa, desvaneceu-se. A classe política que deveria dar o exemplo, já não o é mais para ninguém, há um bom par de anos. Actualmente, existem dois tipos de políticos: os da Perfumes&Companhia e os da Yodeima. O primeiro é original por fora e por dentro. O segundo promete no rótulo, mas desilude (e desaparece) com o passar do tempo. Deixei literalmente de atentar nos discursos politizados de algumas personagens partidárias, parto do princípio de que me estão todos a “enrodilhar”. A administração deste país já foi constituída por gente competente. Hoje é por “boys” com o curso de sapatilha. 2. Sempre tive Henrique Monteiro (ex-director do Expresso) como pessoa de bem, séria, rigorosa, imparcial e acima de tudo, muito profissional. Sei do que falo e de quem falo. Como foi do conhecimento público, Henrique, também foi um dos muitos visados a comparecer numa comissão de ética no parlamento e, a uma das perguntas de um deputado do PS, sobre se o primeiro-ministro alguma vez o pressionou a não publicar alguma notícia menos favorável, este respondeu prontamente que “SIM”. JS, energicamente, num outro jornal nacional, desmentiu logo esse depoimento, dizendo que o então director do Expresso tinha MENTIDO. Henrique, num artigo de opinião, diz que recebeu um telefonema na noite de 29 para 30 de Março de 2007, do PM, logo depois de um assessor deste ter falado com ele. Portanto, dois telefonemas intimidatórios. O primeiro, como HM expressa, foi cordial, José Ribeiro, foi uma pessoa extremamente gentil e correcta, onde expressou como é de entender, o ponto de vista acerca do seu chefe. Seguiu-se o de outro José, este visivelmente irritado, mal-educado e aos berros, ordenando-lhe que não publicasse a notícia. O PM não contente com a resposta, telefonou a outro membro da direcção do jornal e continuava mal-intencionado. O PM já nem me desilude. Vamos ver se entendem de uma vez por todas, que nem Sócrates é o país, nem Sócrates é o PS. Já lá vão 17 Governos e 10 primeiros-ministros, e nunca tal vi um homem tão teimoso.
Omitir já é grave. Mentir é bastante pior.
Actualmente, existem dois tipos de políticos: os da Perfumes&Companhia e os da Yodeima. O primeiro é original por fora e por dentro. O segundo promete no rótulo, mas desilude (e desaparece) com o passar do tempo.