Enquanto trabalhava na revista que agora tem nas mãos, encontrei muitas vezes a curiosidade. Uma característica subvalorizada por tantos, mas que parece ser a ignição para o nascimento das obras de vários artistas. Um motor para a criação. Por coincidência, a palavra veio à conversa com alguns entrevistados desta edição. David Fonseca acredita ser esse um dos segredos para estimular a criatividade e defende que nunca se deve deixar morrer a criança perguntadora que mora em nós; Pedro Cabrita Reis vai mais longe e assume que é a ferramenta principal de um artista, um termómetro para a vida, realça a importância de olhar com curiosidade para o mundo exterior e interior. Já Sylvie Dias deixou a representação ao fim de 20 anos para perseguir um sonho de filmar o fundo do mar, alimentada pela curiosidade e pela vontade de o documentar.
Também um jornalista tem de ser um curioso, querer saber sempre mais para poder contar uma história completa. No caso desta PRIMA, olhar com o mesmo interesse para um tear que fabrica mantas alentejanas há mais de 100 anos em Reguengos de Monsaraz e para uma oficina de resinas em Roterdão, onde uma designer de 39 anos dá vida a peças lindíssimas de diferentes cores ou descobrir as melhores histórias dos 43 anos de vida do icónico Pap’Açôrda, em Lisboa.
Em tempos de turbulência para o setor dos média, é com uma leve dose de ousadia que, a cada três meses, apresentamos uma revista alimentada pela curiosidade, mas também pela calma. Um projeto feito com tempo, para lhe trazer uma leitura prazerosa, mas também fresca. Com originalidade. Nesta edição e sempre.
Editorial da PRIMA 24
A nova edição d’A Nossa PRIMA já está nas bancas e também à venda na loja da Trust in News.