Micro-sazonalidade. O conceito é auto-explicativo e espelha o trabalho do chefe João Figueiredo no Cenoura-brava, rapaz de 25 anos de idade, com escola feita ao lado de João Rodrigues (ex-Feitoria), com quem confessa ter aprendido muito. Pausa para localização: é um restaurante de fine dining casual, dentro da Quinta de Santo, uma nova casa de campo com quatro quartos (e que quartos, espaçosos e confortáveis) que pertence ao Convento do Espinheiro e fica a cerca de 10 minutos a pé deste hotel, em Évora. Tem uma piscina, muito terreno à volta para passeio e uma sala comum. “Requalificámos uma estrutura que já existia”, conta Ricardo Barreto, sales manager do Convento do Espinheiro. A arquitetura de interiores é moderna, os exteriores permanecem bem tradicionais.
E é assim, rodeada de natureza e inspirada por ela, que a equipa de cozinha monta um restaurante de aparência simples, com mesas de madeira e pratos de barro na parede, produtos alentejanos que chegam de um raio máximo de 45 km de distância, mas são trabalhados à luz de muitas influências. Existe um único menu de degustação (€95 sem vinhos, €120 com vinhos), com rotatividade de pratos, mas já se adivinham alguns que terão lugar cativo, como o presunto, gema e lula ou a língua de vaca com cebola e chalota. João pretende mudar o menu com alguma regularidade, e ouvi-lo falar sobre cada um dos pratos que traz à mesa é aprender sempre qualquer coisa extra sobre cozinha. Fermentações, desidratações, recheios, pós, curas… a cozinha onde trabalha é um autêntico laboratório de criatividade que resulta em pratos com muito sabor.
Há que prestar atenção ao pão, de fermentação natural e feito no Convento do Espinheiro, por Carla Parreira, aos vinhos e ao ambiente. Não é todos os dias que se faz uma refeição de alta cozinha dentro de uma sala tão rústica.
Quinta do Santo / 266 788 200 / aberto de quarta a domingo, com reservas às 19h30 e 21h. Quartos a partir de €250/noite