O amuse-bouche pode ser de Vítor Sobral, a entrada de Paulo Morais, o prato de peixe de Vítor Adão, o de carne de Miguel Castro e Silva e a sobremesa de Bertílio Gomes. De forma generalizada, é esta a proposta da loja de comida congelada Chefs à Mesa, onde cada um destes nomes tem um completo menu de pratos, feitos com matéria-prima de qualidade e a criatividade que lhes é característica, para pegar, levar e servir.
A ideia é dos sócios Rui Carmo e Carlos Fontão de Carvalho, verdadeiros mestres da arte dos descobrimentos na restauração em Lisboa que, com a pandemia, começaram a pensar na fórmula de maneira inversa: e se os restaurantes viessem até nós? “Havia alguma proximidade com estes chefes e construímos esta primeira loja à volta disso. Criar uma loja com estes eles, acessível a todos, que permitisse comer, por exemplo, um bacalhau do Vítor Sobral ou uma yakisoba do Paulo Morais, a um preço bom e em casa”, conta Rui Carmo. A Chefs à Mesa abriu no outono passado, em Entrecampos.
Cada um dos cozinheiros – são cinco e mais uma marca de cozinha plant-based, a Asoka, liderada pelo chefe Luccas Paixão – cozinha e embala as refeições. Há entradas, pratos de peixe e de carne, um prato vegetariano e uma (ou mais) sobremesa(s). Na loja de Entrecampos elas são etiquetadas e mantidas em arcas congeladores, cada uma destinada a um cozinheiro. Na de Vítor Adão há covilhetes de enchidos do Barroso, cabrito assado ou uma corvina com anis e batata Kennebec, um dos pratos mais icónicos do Plano, o restaurante que tem na Graça. “No caso do Vítor Adão há umas opções que podem ser finalizadas em casa pelo cliente”, explica Rui Carmo. Vítor Sobral tem arroz de pato à antiga, bochecha de porco preto em vinho tinto ou caril de lulas e camarão; já Miguel Castro e Silva arranca o seu menu com um conjunto de pratos finger food, como os croquetes de carne, os bolinhos de bacalhau ou as empadas de galinha e cogumelos e segue pela clássica vitela em vinho tinto para acompanhar, por exemplo, com puré de batata trufado; Bertílio Gomes tem rissóis de berbigão, creme de castanhas com cogumelos e um choco com ervilhas e batata doce. Para algo mais nipónico, contam com o chefe Paulo Morais, a vender gyosas de rabo de boi, enguia grelhada ou um caril japonês de cachaço de porco. Para a cozinha vegetariana, o Asoka tem um já popular beet wellington, isso mesmo, uma aproximação à receita de bife Wellington, mas de beterraba, croquetes de tremoço, além de vários hambúrgueres plant-based.
Mais recente é a entrada das sobremesas frescas e saudáveis de Filipa Melo, da marca Pipa’s Healthy Cakes, doces sem glúten e sem açúcares. Além das pastelarias, também vendem um conjunto de mercearias sugeridas pelos chefes, como a marca de picantes Mondega, as conservas de peixes de rio Bem Amanhado ou os sumos de romã da Geleana, além de vários produtos japoneses, referenciados por Paulo Morais. Em breve, conta Rui Carmo, vão ter também pão fresco. Há ainda um canto dedicado aos vinhos, escolhidos por um enólogo, para harmonizar com os pratos dos chefes e uma zona de livros de gastronomia. “A ideia não é as pessoas virem só comprar comida, mas também estarem cá um tempo, beberem um café, fazermos lançamentos de livros, de produtos”, diz Rui Carmo. E também replicar a Chefs à Mesa noutras zonas da cidade.
Rua Sanches Coelho, 4C / 21 796 0001 / 96 233 7460 / seg-sex 10h-20h, sáb 10h-14h