Num mundo perfeito, o facto que se segue não teria qualquer relevância. Infelizmente, no mundo em que vivemos, ainda tem. Pela segunda vez em quatro anos de edições trimestrais feitos agora, a PRIMA traz uma pessoa negra na capa. Em 17 edições, depois de Mariama Barbosa, é agora a vez de Dino D’Santiago com a sua tribo-maravilha ser o protagonista da edição. Registamos este facto, que talvez peque por defeito e nos faz pensar, porque sim, a diversidade importa. E muito. Traz representatividade para comunidades ainda sub-representadas, e dá voz a assuntos e perspetivas que de outra forma ficam longe da atenção mediática, muitas vezes com ângulos distorcidos ou preconceituosos. Os negros estão ainda em imensa minoria nos espaços editoriais e de opinião nos órgãos de comunicação social pelo mundo fora. E foi preciso chegar a 2020 para, com o movimento Black Lives Matter, as revistas mainstream americanas fazerem, nos 90 dias que se seguiram à morte de George Floyd, três vezes mais capas com negros do que em todos os 90 anos anteriores em conjunto. Impressionante a dessintonia.
A PRIMA tem um compromisso com o talento e tenta espelhar o que de bom se faz por aí nas suas páginas, de todas as cores, géneros e classes.
Nesta edição, que vem embalada nos ritmos africanos e da morna perfeitos para este verão quente, Dino D’Santiago está por direito próprio, como dono disto tudo. Humilde, criativo, agregador, curioso, enérgico, inspirador, ele veio, viu e venceu. Tomou conta do pedaço. E tem muito mais para dar. Ora leia e confira.
Editorial da PRIMA 17
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