O VOLT – Energia para mudar é um podcast associado do Campeonato de Portugal de Novas Energias – PRIO, onde se mostra e discute bons exemplos de transição energética.
No terceiro episódio, gravado a 17 de maio no E-Car Show, evento que decorreu na FIL, Pedro Lazarino, country manager da Stellantis em Portugal, e Carlos Ferraz, diretor da área da mobilidade elétrica da Prio, discutiram o estado do mercado nacional no que diz respeito aos automóveis elétricos, bem como lançaram sugestões para acelerar a transição energética.
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“O mercado português é um mercado onde a eletrificação tem funcionado bastante bem”. O responsável máximo do grupo Stellantis em Portugal, que detém marcas como a Peugeot, Citroën, Opel, DS, Alfa Romeu e Jeep, informa que, atualmente, os 100% elétricos valem 15% do mercado nacional, valor acima da média europeia (cerca de 12%). Para Pedro Lazarino, “a transição energética é necessária”, mas “não pode ser de forma abrupta. Tem de ser forma transitória, como o nome diz, e estamos a apostar nas plataformas multienergia para, realmente, termos a flexibilidade de corresponder, na hora, as necessidades do mercado”.
O responsável máximo da Stellantis em Portugal confia que a nova joint venture criada entre o grupo francês e a chinesa Leapmotor vai ajudar a “gradualmente, baixar o custo de utilização e o custo de entrada para uma viatura elétrica”. Pedro Lazarino confirmou que os modelos da nova marca da Stellantis vão chegar ao mercado ainda este ano, mas sublinhou que os carros de origem chinesa serão complementares na oferta da Stellantis, relembrando que o Citroën ë-C3, presente no E-Car Show, é outro exemplo de democratização do acesso à mobilidade 100% elétrica.
O country manager da Stellantis em Portugal critica ainda as soluções “on-off”, referindo-se à transição direta dos veículos com motor de combustão para os 100% elétricos. Para Pedro Lazarino, é importante apoiar soluções intermédias, mais acessíveis para os utilizadores, de modo a não se correr o risco de prolongar a vida de carros muito poluentes: “Há 20 anos vendíamos carros a gasolina com 200 gramas de CO2. Hoje temos soluções muito, muito, muito razoáveis com 99 gramas de CO2. Portanto, cada carro de 200 gramas que trocamos, estamos a contribuir de forma muito positiva para o ambiente, suportando a transição para um futuro completamente elétrico”.
É preciso desburocratizar
Para Carlos Ferraz, a ligação à rede é, atualmente, o maior limitador do crescimento da rede de carregamento. O diretor da área de mobilidade elétrica da Prio sublinha que “os carros têm, cada vez mais, baterias de maior capacidade, potências de carregamento maior”, relembrando que “Quando, no início, começámos, já era uma festa se colocássemos dois postos de carregamento. Hoje falamos em hubs de 10, 15, 20 postos de carregamento, com potências elevadas, de 100, 120, 150, 180 quilowatts, senão mais. Portanto, há aqui uma dificuldade muito grande naquilo que é a ligação à rede”.
Ainda assim, Calos Ferraz enfatiza que “isto não é um problema português”, adicionando “até posso dizer que Portugal não é um dos piores países. Se olharmos para a nossa vizinha Espanha, estão muito pior que nós. De qualquer forma, não vivemos bem com o mal dos outros. Acho que devemos fazer melhor, aligeirar os processos burocráticos no que for possível e preparar as coisas para que o mercado possa crescer”. Para este responsável, a simplificação e aceleração dos processos de ligação à rede é essencial para dar mais confiança aos operadores no que diz respeito ao investimento na instalação de novos postos.
Carlos Ferraz admite que o crescimento da frota nacional de carros elétricos permitirá, devido ao efeito da economia de escala e da competitividade, baixar os custos do carregamento na rede pública, sobretudo na componente associada à operação dos postos.
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