1. Nuri Bilge Ceylan
É sem dúvida a maior figura da cinematografia turca atual e um dos maiores nomes do cinema mundial. Nuri Bilge Ceylan já foi premiado diversas vezes no Festival de Cannes. Os seus filmes combinam a sensibilidade humana e sociológica a uma grande capacidade de contar histórias, e têm mostrado ao mundo, com uma fotografia deslumbrante, a Turquia rural e urbana. O realizador, de 64 anos, vai estar presente no festival para esta retrospetiva integral, que vai desde as suas primeiras curtas-metragens à antestreia de About Dry Grasses, passando por obras tão marcantes como Três Macacos (2008), Era uma Vez na Anatólia (2011) ou Sono de Inverno (2014).
2. Clint Eastwood

Salvo alguma surpresa de última hora, Clint Eastwood não estará presente no festival. Mas o LEFFEST decidiu prestar tributo ao realizador e ator nonagenário que há muito ganhou o estatuto de lenda viva. Aos 93 anos, Eastwood ainda está em atividade com Juror #2, a sua mais recente longa, em fase de produção. Enquanto não chega aos cinemas, o festival propõe-nos um olhar transversal pela sua extensa obra. No total, serão exibidos 24 filmes, a começar por Destino nas Trevas, o primeiro por si realizado, em 1971. A homenagem passa por grandes westerns, com destaque para Imperdoável, que recuperou o género nos anos 90, e novos clássicos que o notabilizaram como um grande contador de histórias, como As Pontes de Madison County (1995), Million Dollar Baby (2004) e Gran Torino (2008).
3. Pedro Costa e Víctor Erice

Dois ícones do cinema que se faz na Península Ibérica reúnem-se para uma conversa no LEFFEST. Um encontro (dia 16, no Nimas) tão mais raro quanto a discrição por que se sabe que ambos os realizadores são conhecidos. Erice apresenta no festival Cerrar Los Ojos, quarta longa da carreira, a primeira em 30 anos. De Pedro Costa passam uma retrospetiva e uma antestreia, As Filhas do Fogo, e é lançada a edição portuguesa do livro Pedro Costa – Os Quartos do Cineasta, de Jacques Rancière.
4. Peça de teatro “O Dever de Deslumbrar”

O centenário do nascimento de Natália Correia, um dos mais importantes nomes da poesia portuguesa do século XX, é o pretexto para a peça de teatro O Dever de Deslumbrar. O texto é de Filipa Martins, biógrafa de Natália, a partir de inéditos e de revelações, e marca a estreia na encenação de Ana Rocha de Sousa, atriz e realizadora, que se destacou, em 2020, com o filme Listen. A peça conta com as atuações de Teresa Tavares, Paula Mora e Ana Jezabel, e vai estar no Teatro da Malaposta (Odivelas), nos próximos dias 10 e 11.
5. “Poor Things”, Yorgos Lanthimos

O festival exibe várias antestreias, com a presença dos respetivos realizadores. Um dos mais aguardados é Poor Things, do grego Yorgos Lanthimos. O filme, que venceu o Leão de Ouro em Veneza, decorre na Inglaterra vitoriana, com direito a uma passagem por Lisboa, onde nos cruzamos com um fado de Carminho, e conta com Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo nos principais papéis. Em competição, e fora dela, encontramos ainda os novos filmes de realizadores como Radu Jude, Sofia Coppola, Richard Linklater, Matteo Garrone, Wim Wenders, Ken Loach e Cristi Puiu.
6. A Inteligência Artificial e a Criação Artística

O LEFFEST já nos habituou a uma programação que vai muito além do cinema. Neste ano, um dos ciclos temáticos dedica-se à Inteligência Artificial e Criação Artística, e lança a pergunta: “Para onde vamos?” Estão previstos vários debates, entre os quais se destaca a conversa entre a música e artista Laurie Anderson e a atriz Gina Gershon. Essa programação inclui ainda o concerto Android Aria – Seeds of Prophecy, do compositor e pianista Keiichiro Shibuya, com recurso à Inteligência Artificial, e o filme-concerto Metropolis, de Fritz Lang, musicado ao vivo por Rodrigo Amado (saxofone), Gabriel Ferrandini (bateria) e Hernâni Faustino (contrabaixo). Além disso, é possível assistir a um ciclo em que se revisitam alguns clássicos sobre o tema, como 2001, Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, Matrix, de Lana e Lilly Wachowski, Frankenstein, de James Whale, e A.I. Inteligência Artificial, de Steven Spielberg.
7. Godard em exposição

O LEFFEST caracteriza-se por uma programação rica em acontecimentos paralelos. Neste ano, destaque para duas exposições. Em primeiro lugar, Éloge de l’image – Le Livre d’image, com curadoria de Fabrice Aragno, que percorre as imagens da última longa-metragem do icónico realizador franco-suíço Jean-Luc Godard (com que ganhou, em 2018, uma Palma de Ouro Especial, em Cannes) – de 11 a 30 de novembro, no Palácio Sinel de Cordes. Street Opera é uma mostra imersiva na obra do realizador e fotógrafo nova-iorquino Khalik Allah, com uma linguagem forte e por vezes visceral (na galeria Imago, entre 10 e 20 de novembro).
Leffest – Lisboa Film Festival > Teatro Tivoli BBVA, Cine-Teatro Turim e Cinema Medeia Nimas, Lisboa > Bilhetes: a partir €5 > leffest.com