TEATRO
1. A Casa da Bernarda Alba
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É uma peça histórica também, ou sobretudo, pelas circunstâncias da sua criação. Federico García Lorca terminou A Casa de Bernarda Alba escassas semanas antes de ser fuzilado, a 19 de agosto de 1936, aos 38 anos, no início da sangrenta Guerra Civil Espanhola. A peça estreou-se em Buenos Aires em 1945 e só seria representada em Espanha em 1964. Bernarda Alba é uma viúva que decreta um luto de oito anos e encerra as suas filhas em casa, sem possíveis contaminações do exterior, com consequências trágicas. A peça pode ser lida como uma metáfora dos perigos de todos os autoritarismos. Esta encenação de Hugo Franco marca o regresso ao palco de João Mota, onde, surpreendentemente, nesta peça habitada por mulheres, estará rodeado só de atores, como, entre outros, Carlos Paulo e João Grosso. Teatro da Comuna, Lisboa > 22 set-30 out
2. Jesus, o Filho
Elmano Sancho é autor, encenador e ator neste capítulo final da sua trilogia A Sagrada Família. Depois de José, o Pai e de Maria, a Mãe chega a vez de Jesus, o Filho. Pretexto para abordar temas bem contemporâneos, como a solidão, a exclusão, a desistência (bem sintetizados num termo japonês, hikikomori, que define esse fenómeno de extremo isolamento de alguém). Jesus refugia-se em casa e, nesse sacrifício final, procura as suas, e as nossas, redenção e salvação… Ao lado de Elmano, em palco, estão Joana Bárcia, Vicente Wallenstein e a voz-off de Ruy de Carvalho. Teatro da Trindade, Lisboa > 15 set-30 out
3. Terra de Ninguém
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É a primeira rentrée dos Artistas Unidos (AU) sem Jorge Silva Melo, que morreu a 14 de março. É verdade que é difícil imaginar a companhia sem a sua presença e a sua identidade, mas é ainda mais verdade que Silva Melo fez sempre tudo para descobrir, lançar e motivar novos nomes no teatro português e na companhia que fundou em 1995. O regresso aos palcos faz-se com um dramaturgo que tem tido presença assídua na história dos AU: Harold Pinter, Nobel da Literatura em 2005. A peça Terra de Ninguém, encenada por Pedro Carraca, põe em cena Hirst e Spooner, respetivamente descritos como “um intelectual alcoólico” e “um poeta falhado.” Teatro da Politécnica, Lisboa > 15 set-15 out
4. Casa Portuguesa
Primeiro espetáculo com a assinatura de Pedro Penim desde que, no ano passado, assumiu a direção do Teatro Nacional D. Maria II. Casa Portuguesa centra-se na “história (ficcional) de um ex-soldado da Guerra Colonial que, dialogando com os seus fantasmas, se vê confrontado com a decadência e a transformação do ideal de casa, de família, de país e do cânone da figura paterna”. Ao seu estilo, Penim cruza vários registos e materiais para nos pôr a pensar em nós. Em palco, estarão Carla Maciel, João Lagarto, Sandro Feliciano e o coletivo Fado Bicha (Lila Tiago e João Caçador). Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa > 22 set-16 out
5. Quiz
Na noite de 10 de setembro de 2001, a emissão, na televisão inglesa, do concurso Quem Quer Ser Milionário não foi igual às outras. Charles Ingram, 38 anos, major do exército britânico, conseguiu responder corretamente a todas as últimas perguntas, apesar de, aparentemente, não perceber nada dos assuntos… Pura sorte? Todos desconfiaram. O prémio de um milhão de libras não lhe seria entregue e tudo acabou num mediático julgamento. A marosca (mais simples do que se poderia pensar…) seria descoberta. Esta peça, escrita pelo dramaturgo inglês James Graham, parte dessa história (que também já deu origem a uma série de TV). A encenação é de António Pires e em palco estarão, entre outros, Custódia Gallego, Dinarte Branco, Diogo Dória e Diogo Valsassina. Teatro Maria Matos, Lisboa > 6 out-20 out
6. Para que os Ventos se Levantem: uma Oresteia
Catherine Marnas e Nuno Cardoso, diretores artísticos do Théâtre National de Bordeaux en Aquitaine e do Teatro Nacional São João, respetivamente, fazem uma encenação conjunta da Oresteia, de Ésquilo, reescrita pelo dramaturgo franco-iraniano Gurshad Shaheman, que manteve “as personagens e a estrutura narrativa, mas fez metamorfoses, desvios, atualizações”. Nesta versão da trilogia, Troia representa todo o Médio Oriente, Agamémnon e Orestes são emblemas do imperialismo e do populismo emergentes e os coros são formados por feministas e ecologistas. O elenco da coprodução bilingue é composto por jovens atores franceses e portugueses. Teatro Nacional São João, Porto > 20 out-6 nov
7. Amore
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Pippo Delbono é um nome central do teatro contemporâneo italiano. E tem um fraquinho, assumido, por Portugal. Esta peça, que agora chega aos palcos nacionais depois de ter circulado na Europa, é a prova disso. Amore nasceu numa residência artística em Setúbal e apresenta-se como uma “viagem musical e lírica” que passa, também, por Angola e Cabo Verde. Em palco, além do próprio Pippo e de outros protagonistas, está a música angolana Aline Frazão e músico português, apaixonado pelo flamenco, Pedro Jóia, autor de algumas das músicas originais que se ouvem no espetáculo. Teatro Municipal São Luiz, Lisboa > 8-12 nov
CONCERTOS
8. Arcade Fire
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Espera-se sempre muito de um concerto dos canadianos Arcade Fire. As suas canções épicas parecem feitas para ser tocadas ao vivo e arrebatar multidões – e Portugal já assistiu várias vezes a essas epifanias. Win Butler, Régine Chassagne e companhia (já sem a presença de Will Butler, que deixou a banda em 2021) chegam a Lisboa com o disco We, lançado em maio, na bagagem. Depois de notícias recentes que deram conta de alegados comportamentos sexuais abusivos de Win Butler, a cantora Feist decidiu abandonar a digressão, em que assegurava a primeira parte. Campo Pequeno, Lisboa > 22-23 set
9. Antologia, Jorge Palma
A ideia é incomum, e ambiciosa. Jorge Palma celebra 50 anos de carreira percorrendo, em cima do palco, todos os seus álbuns. Tudo começa, a 25 de setembro, no Palácio Baldaya, em Benfica, num concerto assente nas canções de um dos seus álbuns mais icónicos: Só. O Tivoli BBVA será, depois, em quatro concertos, o palco duma longa jornada que vai de 1975, ano de lançamento de Com uma Viagem na Palma da Mão, a 2011, data da edição de Com Todo o Respeito. O encerramento vai acontecer no Capitólio em ambiente de festa, com o regresso do Palma’s Gang, com Alex, Flak e Kalu ao lado de Jorge Palma. Palácio Baldaya, Teatro Tivoli BBVA e Capitólio > 25 set a 9 nov
10. Angel Olsen
A música americana sabe que tem em Lisboa um público fiel. As duas datas seguidas marcadas no Capitólio aí estão para o provar. O novo concerto baseia-se no sexto álbum de Angel Olsen, Big Time, lançado em junho, onde assume as suas influências da música country, depois de ter sido mais rocker e uma das responsáveis pela popularidade do que se convencionou chamar indie folk. Neste disco, depois da morte dos pais e de assumir a sua identidade queer e uma nova relação, Angel revela-se “irremediavelmente mudada”. Este concerto marca a estreia duma nova promotora e editora: a Canto, do programador Sérgio Hydalgo. Cineteatro Capitólio > 26-27 set
11. Tozé Brito (de) Novo
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O disco Tozé Brito (de) Novo foi um dos acontecimentos musicais de 2021, recuperando velhas canções que voltaram a ficar no ouvido de muita gente, agora com novas roupagens e intérpretes. Em outubro, chega o momento de o vermos transformado em concerto. O elenco é de luxo: Ana Bacalhau, António Zambujo, B Fachada, Benjamim, Catarina Salinas, Joana Espadinha, Miguel Guedes, Mitó, Samuel Úria, Selma Uamusse, Rita Redshoes, Tiago Bettencourt e Tomás Wallenstein, a que se junta a participação especial da ex-Doce Helena Coelho. Este será o 11.º Concerto Solidário Novo Futuro – ou seja, as receitas de bilheteira vão ajudar essa IPSS criada em 1996 para apoiar crianças e jovens em risco. Altice Arena, Lisboa > 13 out
12. Tim Bernardes
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O segundo álbum a solo do brasileiro Tim Bernardes, Mil Coisas Invisíveis, fez boa companhia a muita gente nestes meses de verão. Ele é o ponto de partida para uma minidigressão em palcos portugueses que termina no Coliseu dos Recreios e na Casa da Música. Aos 31 anos, o músico paulista já é mais do que uma esperança da nova MPB, é uma certeza. Casa da Cultura de Ílhavo, Teatro Municipal de Ourém, Theatro Circo de Braga, CAE da Figueira da Foz, Coliseu dos Recreios (Lisboa) e Casa da Música (Porto) > 14 a 24 out
13. Fausto
Os bilhetes para a primeira data marcada esgotaram tão rapidamente que logo foi acrescentada outra noite de concerto. As razões para o entusiasmo são fáceis de explicar: Fausto vai tocar na íntegra aquela que é uma das grandes obras-primas da música popular portuguesa: o disco duplo Por Este Rio Acima, que este ano celebra o 40.º aniversário. Uma epopeia revisitada “como um sonho acordado”. Aula Magna, Lisboa > 19-20 nov
14. Rosalía
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Há muito tempo que a música espanhola não produzia uma estrela pop com a projeção internacional de Rosalía. Este é, por isso, um dos mais aguardados concertos da temporada. O disco El Mal Querer, de 2018, mudou a face do novo flamenco. Com Motomami, lançado em março deste ano, a música de Rosalía abriu-se noutras direções, sempre com uma energia poderosa que apetece ver em palco. Altice Forum Braga > 25 nov, Altice Arena, Lisboa > 27 nov,
EXPOSIÇÕES
15. World Press Photo
Depois do sucesso da edição do ano passado, a exposição com as melhores imagens do fotojornalismo feito em todo o mundo em 2021 volta a acontecer ao ar livre, no Parque dos Poetas, em Oeiras, com a marca da VISÃO. As fotografias distinguidas no concurso World Press Photo (já na 65.ª edição), escolhidas entre 64 823 imagens, refletem, com uma grande diversidade de temas, um mundo que se recompunha do grande susto da pandemia de Covid-19, antes de se imaginar que 2022 ficaria marcado pelo regresso da guerra à Europa. Parque dos Poetas, Oeiras > 15 set-15 out
16. Maria Antónia Leite Siza, 50 Anos Depois
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Tinha uma compulsão para o desenho, mas pouco divulgou o seu trabalho. Em vida, teve uma única exposição, na Cooperativa Árvore, no Porto, em 1970. Maria Antónia morreu aos 32 anos, em 1973, e Álvaro Siza, o marido, nunca deixou cair a sua memória. Este ano, o arquiteto doou à Fundação de Serralves 100 dos seus desenhos e foi a partir deles, e de um conjunto de pinturas, gravuras, cartas e bordados, que o curador António Choupina organizou esta mostra. Obras figurativas, habitadas por personagens femininas, com múltiplas camadas de leituras. Fundação de Serralves, Porto > 8 set-fev
17. Galerias Encounter e Jahn und Jahn
Lisboa (ainda) está na moda? Diríamos que sim, e não é só por vermos a quantidade de turistas que a palmilham diariamente. A cidade entrou em circuitos de que durante anos esteve, quase sempre, arredada, vendo-se mais como periférica. Isto a propósito da abertura, num prédio da zona da Estrela, de uma galeria que, na verdade, são duas: ali se juntam a britânica Encounter (que em Lisboa tem o seu primeiro espaço fixo permanente) e a alemã Jahn und Jahn (que aqui tem a sua primeira extensão fora de Munique). A Encounter estreia-se em Lisboa com duas exposições individuais (do inglês Antony Cairns e da brasileira Vanessa Da Silva); a Jahn und Jahn apresenta uma coletiva, onde se inclui uma obra da portuguesa Fernanda Fragateiro. No jardim da(s) galeria(s) apresenta-se uma instalação e esculturas. A ideia, assumida, é a de “cativar em Lisboa a atenção do mercado internacional de arte.” Rua de São Bernardo, 15, r/c, Lisboa > inauguração 22 set
18. ICONS, de Steve McCurry
Steve McCurry ficou célebre, sobretudo, por uma fotografia icónica: a de uma jovem afegã, Sharbat Gula, com uns inesquecíveis olhos verdes, que, em 1985, foi capa da revista National Geographic. O título desta grande exposição sublinha, precisamente, essa capacidade de o fotógrafo norte-americano, hoje com 72 anos, produzir imagens icónicas. ICONS apresentará, na Cordoaria Nacional, 100 fotografias de grande formato, captadas em vários recantos do planeta – ou não fosse McCurry, desde 1986, um membro da mítica agência Magnum. Cordoaria Nacional, Lisboa > a partir de 23 set
19. Trienal de Arquitetura de Lisboa
Este é ano de Trienal de Arquitetura. A última aconteceu em 2019, e parece já que foi noutra era, pré-pandémica.Numa programação vasta, destaque para quatro grandes exposições: Multiplicidades, no Museu Nacional de Arte Contemporânea (Chiado), questiona, em vários suportes, o modo como arquitetura e design operam num mundo marcado por incertezas e desigualdades; Retroactivar, no MAAT, põe o foco sobre a ideia de “cidade”, pensando em soluções para os problemas que afetam os grandes centros urbanos; Visionários, na Culturgest, propõe-nos “visões radicais” da arquitetura, das artes, do design e da ciência para tentar mudar o mundo; Ciclos, na Garagem Sul – CCB centra-se nas relações da arquitetura contemporânea com os materiais, com o foco em “sustentabilidade, economia e memória”. Vários locais, Lisboa > 29 set-5 dez
20. Thalassa! Thalassa! O Mar e o Mediterrâneo na Obra de Sophia de Mello Breyner Andresen
O título da exposição é bastante autoexplicativo. Mas falta dizer que a poesia mais marítima de Sophia vai estar, aqui, em comunicação com várias obras de arte da coleção da Caixa Geral de Depósitos. Vão estar representados artistas como Júlio Pomar, Menez, Julião Sarmento, João Hogan, Paulo Nozolino, José M. Rodrigues e António Ole. Cerca de 25 poemas de Sophia de Mello Breyner apresentam–se traduzidos para grego, ou não fosse a Grécia uma fundamental referência cultural e estética da poetisa nascida no Porto em 1919. Um bom pretexto para visitar o Panteão Nacional – com uma espetacular vista para o Tejo e, por estes dias, para o Mediterrâneo. Panteão Nacional, Lisboa > 25 out-23 abr
21. Faraós Superstars
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Produzida pelo Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (o MUCEM, de Marselha) em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, esta exposição dirige os focos para a importância dos faraós no Antigo Egito. Não o faz apenas recorrendo a valiosas peças arqueológicas com milhares de anos (provenientes de grandes museus como o Louvre, o Museu Britânico ou o Museu Egípcio, de Turim), acrescenta-lhes um lado mais contemporâneo, que passa pela reflexão sobre o verdadeiro estatuto de “celebridades” que os faraós tinham em vida, tiveram ao longo dos tempos e ainda têm. Nefertiti, Tutankhamon, Ramsés e Cleópatra assumem a sua condição de estrelas, em Lisboa, nesta exposição que ocupará a Gulbenkian durante mais de três meses. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa > 25 nov-6 mar
CINEMA
22. Restos do Vento
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É um dos mais aguardados filmes portugueses do ano. Depois de se estrear em Cannes, Restos do Vento chega ainda em setembro às salas portuguesas. Tal como acontecia em Coisa Ruim (2006), que Tiago Guedes realizou em parceria com Frederico Serra, Restos do Vento explora o universo das tradições pagãs no Portugal profundo para contar uma história tremenda de crime sem castigo. Neste caso, tudo parte de um ritual ancestral violento e misógino e de crimes hediondos feitos segredo de uma comunidade. O argumento foi escrito em conjunto com Tiago Rodrigues, como já acontecera em Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, e o filme conta com um elenco de luxo, com destaque para as atuações de Albano Jerónimo, Nuno Lopes, Gonçalo Waddington, João Pedro Vaz e Isabel Abreu. Estreia em Portugal a 22 de setembro
23. Blonde
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É um dos maiores mitos da história do cinema americano e dos próprios EUA. Norma Jeane, que é como quem diz Marilyn Monroe, tornou-se um ícone da sensualidade e do sucesso americano. Mas a sua vida não foi propriamente um mar de rosas, terminando drasticamente em suicídio, quando contava apenas com 32 anos. A história oculta e íntima de Marilyn, para lá dos holofotes da fama, é contada no filme que o neozelandês Andrew Dominik realizou para a Netflix (há pouca probabilidade de se estrear também em sala). O filme é baseado no livro de Joyce Carol Oates Blonde, lançado no ano 2000, e nunca assumido pela autora como uma biografia clássica; mas, claro, a vida de Marilyn tem pano para mangas para resultar numa obra empolgante. O papel de Marilyn foi entregue à cubana Ana de Armas, que deu nas vistas no último James Bond. Estreia na Netflix a 28 de setembro
24. Fogo Fátuo
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João Pedro Rodrigues, um dos realizadores portugueses mais premiados e reconhecidos internacionalmente, surpreende tudo e todos com uma hilariante comédia. O ponto de partida do filme foi uma declaração de um dos filhos do aspirante ao trono português D. Duarte, quando afirmou que queria ser bombeiro e assim ajudar no combate ao flagelo dos fogos em Portugal. Esta ideia de príncipe-bombeiro encaixa que nem uma luva no universo desconcertante do realizador, que continua a explorar uma estética erótica gay, por vezes bastante explícita, ao mesmo tempo que a cruza com elementos surrealizantes e inesperados, como a inclusão da canção Uma Árvore, um Amigo, de Joel Branco, na banda sonora – aliás, o próprio cantor faz parte do elenco, assim com o ex-futebolista Oceano Cruz. O filme, que já foi exibido nos festivais de Cannes e Vila do Conde, revela dois jovens atores: Mauro Costa e André Cabral. Estreia em Portugal a 29 de setembro
25. Triângulo da Tristeza
Depois do sucesso de O Quadrado, o sueco Ruben Östlund filma o seu primeiro filme em inglês. E a estreia não poderia ter corrido melhor: ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Östlund faz uma comédia negra, de humor refinado, em que satiriza um certo jet set ligado ao mundo da moda. A ação decorre num cruzeiro de alto luxo, cheio de milionários e influencers, com um capitão comunista e alcoólico. O filme voltou recentemente às capas dos jornais pelo pior dos motivos. A atriz principal, a sul-africana Charlbi Dean Kriek, morreu, de doença súbita, aos 32 anos e com uma carreira promissora pela frente. Estreia em Portugal a 13 de outubro
26. Pinóquio
Carlo Collodi escreveu As Aventuras de Pinóquio na segunda metade do séc. XIX, ainda antes da invenção do cinema. Nunca poderia ele imaginar que a história da marioneta de madeira transformada em menino se tornasse argumento de dezenas de filmes. O que teve maior impacto continua a ser a versão da Disney, de 1940, apesar de, em 2019, Matteo Garrone ter arriscado uma versão em imagem real, esteticamente cativante. As Aventuras de Pinóquio é, também, um dos mais antigos e ambiciosos projetos do produtor e realizador mexicano Guillermo del Toro, feito para a Neflix (mas de que se espera uma estreia em sala, em dezembro). Del Toro, que escreveu o filme em 2017, mas que teve de interromper a produção por falta de financiamento, reconstrói a história de Collodi usando a técnica de animação stop motion. Ou seja, Pinóquio e todas as personagens em volta são verdadeiramente marionetas de madeira. De resto, pode contar-se com toda a emoção que o mexicano costuma emprestar aos seus filmes e com as vozes de Gregory Mann, Ewan McGregor e Kate Winslet, entre outros. Estreia na Netflix a 9 de dezembro
27. Avatar
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Foi o maior sucesso de bilheteira de todos os tempos e também um dos mais caros filmes jamais produzidos. Treze anos depois, chega finalmente a sequela. Avatar – O Caminho da Água tem estreia mundial marcada para 13 de dezembro. E tem um especial peso simbólico, pois significa um reinvestimento da indústria cinematográfica na tecnologia 3D, que atingiu o seu auge precisamente em 2009, quando o primeiro Avatar se tornou um enorme sucesso comercial. Os pormenores sobre o novo filme têm sido revelados aos poucos. Sabe-se que voltará a ser uma alegoria ecologista, tratando de uma nova guerra entre os Na’vi e os humanos. O elenco conta com Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver e Kate Winslet. Entretanto, para aguçar o apetite, ainda em setembro, vai ser reposto em sala, em cópia remasterizada, o primeiro Avatar. Uma grande aposta no cinema-espetáculo… em sala. Estreia mundial a 13 de dezembro
28. Nayola
Apesar da relevante projeção internacional do cinema de animação português, as longas-metragens do género, devido aos seus custos elevados, são raríssimas. Torna-se assim um facto assinalável a estreia prevista para o final do ano de Nayola, primeira longa de José Miguel Ribeiro, realizador sediado em Montemor-o-Novo, com um percurso notável (com destaque para o prémio Carton d’Or atribuído a A Suspeita). Tal como acontecia na curta Viagem a Cabo Verde, a inspiração é africana. O argumento foi escrito por Virgílio Almeida e é baseado na peça de teatro A Caixa Preta, de José Eduardo Agualusa e Mia Couto. Conta a história de mulheres de três gerações ao longo de uma guerra civil de 25 anos. Estreia em dezembro