Se dúvidas houvesse sobre a vontade de se assistir a um espetáculo como antigamente, com uma estrela internacional, numa grande sala, as mesmas foram dissipadas pela imediata resposta do público. Em poucos minutos, os bilhetes para os quatro concertos inicialmente anunciados por Caetano Veloso esgotaram, levando o artista brasileiro a acrescentar mais duas datas à minidigressão nacional com que vai encerrar a tour europeia, em que o cenário de espetáculos lotados também se repetiu. Compreende-se porquê. Afinal, a vinda daquele que é uma figura maior da música popular brasileira é sempre um acontecimento, até mesmo, como acontece em Portugal, quando as visitas são recorrentes.
Devido à pandemia, porém, já há mais de dois anos que Caetano Veloso não atuava por cá. À época, veio apresentar o álbum Ofertório Ao Vivo, gravado em 2018 com os três filhos, Moreno, Zeca e Tom, que também o acompanharam em palco. Desta vez, apresenta-se de forma mais simples, apenas acompanhado pelo eterno violão, para fazer a revisão de uma carreira com mais de meio século que, desde o alvor do Tropicalismo (movimento por si iniciado, com Gilberto Gil, Gal Costa, entre outros) até hoje, já se recriou e transformou tantas e tantas vezes. E como se cumprem, também neste setembro, quatro décadas do momento em que Caetano Veloso subiu pela primeira vez a um palco nacional, no Coliseu dos Recreios, o músico desafiou os fãs pelas redes sociais a escolherem as “músicas que não podem faltar” neste regresso duplamente especial – pela efeméride e pelas saudades.
Coliseu dos Recreios > R. das Portas de Santo Antão, 96, Lisboa > T. 21 324 0580 > 1-3, 11 set, qua-sex, sáb 20h30 > €30 a €85 > Teatro Municipal da Guarda > R. Batalha Reis, 12, Guarda > T. 271 205 240 > 5 set, dom 21h30 > €25 > Coliseu do Porto > R. de Passos Manuel, 137, Porto > T. 22 339 4940 > 7-8 set, ter-qua 20h30 > €25 a €80