Após ter retomado a sua atividade em junho, a Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) regressa com uma nova temporada, entre setembro e dezembro, para interpretar obras de compositores como Mozart, Mendelssohn, Haydn e Beethoven, mas também com algumas estreias. Neste quadrimestre, a Orquestra contará igualmente com a presença dos artistas associados Peter Eötvös, compositor, maestro e professor húngaro, e do pianista António Rosado.
Devido aos constrangimentos vigentes, dos habituais três ciclos – Barroco, Clássico e Sinfónico –, apenas foi possível manter dois: o Clássico, no Teatro Thalia, e o Sinfónico, no Centro Cultural de Belém. A nova temporada foi construída sobre o princípio da incerteza. “Vivemos tempos de pandemia, portanto lançamos o projeto, não sabendo até que ponto o vamos conseguir realizar”, refere Pedro Amaral, diretor artístico e maestro titular da OML. Para esta época, marcada pelo “balanço imprescindível que tem de ser feito a todos os níveis”, desde o número de pessoas, o número de músicos e o fator económico, as expectativas revelam-se desde já “prudentemente positivas”, afirma o maestro. Eis sete concertos a não perder.
1. Mahler: Quarta Sinfonia
A quarta sinfonia de Gustav Mahler abre a temporada 2020/2021 da OML, neste domingo, 20, pelas 17h. O Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB) acolhe o concerto inaugural, onde se sucedem ambientes contrastantes num crescendo de complexidade até à clarividência final, que conta com o maestro Pedro Amaral e a soprano Anne Schwanewilms. Antes, escuta-se Diálogo com Mozart do músico húngaro Peter Eötvös, obra onde este recupera esboços dispersos que Mozart registou nos seus cadernos pessoais. CCB > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2627 > 20 set, dom 17h > €10-€23
2. Pecados da Juventude
Nos dias 23 e 24 de outubro, a OML percorre obras escritas por Mozart, Mendelssohn e Haydn quando estes ainda eram jovens. Os concertos, com direção musical de José Pereira, abrem com Sinfonia para Cordas N.º1 de Mendelssohn, intercalada pela elegância e o virtuosismo de Concerto para Trompa e Orquestra N.º 1 do compositor austríaco Haydn, para depois se voltar a ouvir Mendelssohn e a sua Sinfonia para Cordas N.º 6. A reconhecida magistralidade de Mozart encerra o espetáculo, com o humor de Divertimento para Cordas. Cineteatro Joaquim D’Almeida > R. Joaquim d’Almeida, Montijo > T. 21 232 7882 > 23 out 21h30 > Teatro Thalia > Estr. das Laranjeiras, 205, Lisboa > T. 21 781 1690 > 24 out 21h > €15
3. Sinfonia do Destino
De volta ao Grande Auditório do CCB, a 31 de outubro, a OML retorna à obra do compositor alemão Felix Mendelssohn, com Concerto para Violino e Orquestra. Nesta noite, escutar-se-à também a Sinfonia N.º 5 de Beethoven, obra terminada em 1808, símbolo do romantismo musical. O maestro Pedro Neves dirige a Orquestra, enquanto que o violino fica a cargo de Ana Pereira. CCB > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2627 > 31 out 21h > €10-€23
4. Beethoven Concerto Imperador
Nos dias 13, 14 e 15 de novembro, Jill Lawson, pianista luso-americana, junta-se mais uma vez à OML para interpretar Concerto para Piano e Orquestra N.º 5, de Beethoven, o último e o mais conhecido do compositor alemão, produzido enquanto as tropas napoleónicas bombardeavam a cidade de Viena em 1809. Segue-se a interpretação de Sinfonia N.º2, onde predominam estados anímicos combativos e exuberantes. O maestro Pedro Amaral será novamente o responsável pela direção das interpretações. Teatro Thalia > Estr. das Laranjeiras, 205, Lisboa > T. 21 781 1690 > 13 nov 21h > €18 > Teatro José Lúcio da Silva > Av. Heróis de Angola, Leiria > T. 244 823 600 > 14 nov 21h30 > €12,50 > Academia Almadense > R. Capitão Leitão, 64, Almada > T. 21 272 9750 / 55 > 15 nov 16h > grátis
5. Quarteto Para o Fim do Tempo
No dia 28 de novembro, no Teatro Thalia, juntam-se António Rosado (piano), Nuno Silva (clarinete), Ana Pereira e José Pereira (violino), Joana Cipriano (viola) e Nuno Abreu (violoncelo). O grupo vai interpretar as obras Quinteto com Piano, de Robert Schumann, e Quatuor pour la fin du temps, de Olivier Messiaen. A primeira foi composta numa altura em que Schumann se dedicou sobretudo à música de câmara, enquanto que a segunda foi produzida em plena Segunda Grande Guerra Mundial, no campo de concentração de Görlitz, na Baixa Silésia, onde Messiaen compôs a primeira versão da obra para um clarinetista, um violinista e um violoncelista amadores que aí conheceu. Após ser libertado, passado um ano, o compositor viu a sua obra ser reconhecida, tanto pelas condições em que foi produzida como pela seu qualidade musical. Teatro Thalia > Estr. das Laranjeiras, 205, Lisboa > T. 21 781 1690 > 28 nov 21h > €15
6. Um século de Federico Fellini
Em ano de centenário do nascimento de Federico Fellini, a OML, em parceria com o Istituto Italiano di Cultura, recorda o cineasta italiano através de “clipes sem imagem”. No dia 6 de dezembro, no Cinema São Jorge, a OML, com Benedetto Lupo ao piano e Rui Pinheiro como maestro, interpreta músicas que Nino Rota compôs para os filmes de Fellini, e que lhes garantia toda uma outra dimensão. São três os temas do compositor italiano que se farão ouvir: o Suíte da música do filme Amarcord, Concerto Soirée para piano e orquestra e a Suíte do bailado La Strada. Cinema São Jorge > Av. da Liberdade, 175, Lisboa > T. 21 310 34 00 > 6 dez 16h > €13
7. Concerto Clássico de Natal
O compositor Sérgio Azevedo estreia no Teatro Thalia, no dia 19 de dezembro, Um Conto de Natal de Charles Dickens, a partir da obra do escritor inglês. Susana Henriques será responsável pela narração, enquanto o maestro Élio Leal dirige a OML, num espetáculo para assistir em família. A esta encomenda da Metropolitana ao compositor português, junta-se Sinfonia Nº 38 de Mozart, apresentada pela primeira vez no início de 1787, na cidade de Praga. Teatro Thalia > Estr. das Laranjeiras, 205, Lisboa > T. 21 781 1690 > 19 dez 21h > €18
Nova Temporada Orquestra Metropolitana Lisboa > 20 set-19 dez > www.metropolitana.pt/uma-orquestra/a-oml/programacao-e-bilheteira