É uma paixão antiga, a de Carminho pela música brasileira, que descobriu ainda em criança, por via de vozes como Chico Buarque, Elis Regina, Milton Nascimento ou Tom Jobim. Sim, o fado corre-lhe no sangue, por herança direta da mãe, a fadista Teresa Siqueira, mas a Música Popular Brasileira (MPB) desde cedo que se lhe entranhou na pele. A popularidade que Carminho conseguiu no Brasil, com a aclamação do público, da crítica e da nobreza musical do país irmão, também se explica assim, pela empatia. Era portanto uma questão de tempo até que a fadista lisboeta se atirasse de alma e coração ao cancioneiro da MPB e logo através de um dos seus maiores autores (senão o maior), Tom Jobim.
O disco Carminho Canta Tom Jobim saiu há cerca de um ano e, tal como a célebre bebida, “primeiro estranha-se”. Uma prova que Carminho passa na distinção, ao interpretar, sem sotaque, 14 clássicos de Tom Jobim, num disco que contou ainda com um naipe de convidados de luxo, como Marisa Monte, Chico Buarque, Maria Bethânia ou atriz Fernanda Montenegro. E ainda com a participação da Banda Nova, o coletivo que acompanhou Tom Jobim ao vivo nos seus últimos anos, composta por Paulo e Daniel Jobim, respetivamente filho e neto do criador da bossa nova, Jaques Morelenbaum e Paulo Braga. O grupo fez entretanto o caminho contrário, para acompanhar Carminho numa digressão europeia de apresentação do disco, que termina agora em Portugal, nestes dois espetáculos, onde a fadista contará também com a presença da amiga Marisa Monte.
Altice Arena > Rossio dos Olivais, Lisboa > T. 21 891 8409 > 30 nov, qui 21h30 > €20 a €70
Multiusos de Guimarães > Alameda Cidade de Lisboa, 481, Guimarães > T. 253 520 300 > 2 dez, sáb 22h > €20 a €60