É uma daquelas histórias perdidas no tempo, a do espanhol Marcelino Sanz de Sautuola, o homem que, em 1879, seguindo os passos da sua filha de 8 anos, descobriu acidentalmente a caverna com pinturas rupestres do Paleolítico Superior, na Cantábria, no norte de Espanha. Provar a legitimidade dos achados arqueológicos e ultrapassar concepções da fé, da ciência e da história constituiu uma dura prova. De tudo isso dá conta Altamira, o filme protagonizado por Antonio Banderas e Rupert Everett, que passará na sessão de abertura da sexta edição do Cinecôa, esta quinta-feira, 17, e contará com a presença do realizador, o britânico Hugh Hudson (o cineasta ficou conhecido por Momentos de Glória, vencedor de quatro Óscares).
“Não é de forma inocente que abrimos assim o Cinecôa”, explicou António Valente, membro da organização, da responsabilidade do município, por altura da apresentação do programa. “O filme faz uma grande aproximação entre dois pontos fulcrais da arte rupestre europeia, como são Altamira e Foz Côa”, acrescentou.
O Festival Internacional de Cinema de Foz Côa contará com sessões para todas as idades, nomeadamente para crianças, com as manhãs ocupadas com uma série de curtas-metragens de animação, maioritariamente portuguesas.
Como é habitual no Cinecôa, haverá também um filme-concerto na sexta-feira, 18, desta vez a partir de Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens, o clássico alemão de 1922, dirigido por Friedrich Wilhelm Murnau, que será musicado pela Orquestra do Norte.
Destaque ainda para a homenagem feita ao realizador português António-Pedro Vasconcelos, no encerramento, no sábado, 19, com a exibição do seu último filme, Amores Impossíveis, seguida de um concerto de Patrícia Vasconcelos, sua filha.
Cinecôa – Festival Internacional de Cinema de Foz Côa > Auditório Municipal de V. N. de Foz Côa > Av. Cidade Nova, 2, Vila Nova de Foz Côa > 17-19 nov, qui-sex, 10h45-14h-18h-21h, sáb 15h-17h-21h > grátis