![o amigo gigante 21.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/9393281o-amigo-gigante-21.jpg)
Primeiro estranhamos a falta de Johnny Depp. Poderia ser um dos gigantes, talvez o próprio GGG. Depois, a custo, lembramo-nos que o filme não é de Tim Burton, mas sim de Steven Spielberg, que resolveu adaptar ao cinema O Grande Gigante Gentil, do escritor infanto-juvenil Roald Dahl, uma das grandes inspirações de Burton (que adaptou, por exemplo, Charlie e a Fábrica de Chocolate).
Na prática O Amigo Gigante significa o regresso de Spielberg ao universo infanto-juvenil, género onde foi feliz em filmes como E.T.. A comparação vem a propósito. Ambas as histórias falam da improvável comunicação entre mundos inconciliáveis, tendo como veículo a inocência e a doçura de uma criança, em que os supostos monstros bizarros se revelam criaturas dóceis, ternas e inofensivas. Nada é o que parece. E o gigante no seu contexto particular não passa de um anão amedrontado, soprador de sonhos, disposto a ser salvo por uma criança. O Amigo Gigante é assim uma história maravilhosa, que junta os encantos da sétima arte à prodigiosa imaginação e inteligência de Roald Dahl. Com o raro mérito de não deixar desapontados os que leram o livro.
O Amigo Gigante > De Steven Spielberg, com Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton > 117 min