A lã pisoada feita pelas mulheres de Bucos (Cabeceiras de Basto), o projeto À Capucha (que recria as capas usadas no campo), a filigrana da Póvoa de Varzim, o burel de Manteigas, os bordados do Minho, a olaria de São Pedro do Corval, as peças de olaria das Aldeias do Xisto, o aparador da dupla Ângela Frias/Gonçalo Dias feito à mão por artesãos, os tapetes da GUR que saem de um tear de Viana do Castelo. São peças que, mesmo que reinventadas, não deixam de ser o que são e foram: artesanato. “Arte-factos para a sobrevivência” (assim mesmo, com hífen) que integram Burilada, exposição que inaugura esta quinta, 30, a Casa do Design, em Matosinhos (ocupa a antiga garagem do edifício da autarquia).
Os objetos de Burilada, com a curadoria de Francisco Providência e de Helena Sofia Silva, estimulam “a reflexão sobre os valores do uso, apresentando novas funcionalidades”. E são, explicam os curadores, artefactos que contribuem “para a preservação e divulgação de identidades culturais, para o resgate de saberes técnicos, e para a promoção do uso de materiais e dinâmicas produtivas locais”, ao mesmo tempo que possuem estratégias de “sustentabilidade social, económica e ecológica”. A Casa do Design, uma parceria entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a ESAD IDEIA Investigação em Design e Arte, está incluída no processo de candidatura da cidade à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, apresentada há semanas na Trienal de Milão.
Burilada > Casa do Design > Av. D. Afonso Henriques, Matosinhos > T. 22 939 0900 > até 30 nov, seg-sex 9h-12h30, 14h-17h30, sáb-dom 10h-13h,15h-18h > grátis