O ambiente é bastante hi-tech. Em torno de uma grande mesa espelhada está um grupo de cientistas à espera para saber o resultado da sua experiência: a criação de um novo humano livre de todas as necessidades básicas. O Nosso Desporto Preferido – Presente é a primeira peça de uma tetralogia escrita e encenada por Gonçalo Waddington. Quatro peças independentes, mas com uma linha narrativa que as une, que irão estrear ao longo destes próximos dois anos (Teatro Municipal São Luiz, Teatro Nacional D. Maria II e Festival Alkantara): Presente, Futuro Distante, Futuro Próximo e Génese.
Depois de ter andado Em Busca do Tempo Perdido, a obra de Marcel Proust que serviu de ponto de partida para a sua primeira peça, Albertine, o Continente Celeste, Gonçalo Waddington reflete em cena sobre o futuro. Neste Presente, dirige cinco atores (Carla Maciel, Crista Alfaiate, Pedro Gil, Romeu Runa e Tonan Quito) num tempo que, afinal, não é este em que estamos. “É um presente, mas não o nosso, a minha ideia não era falar do agora”, sublinha. Não faltam, por isso, nesta tetralogia ironia e sarcasmo, que Gonçalo Waddington admite como sendo fundamentais no seu trabalho. Nem no título nem no desenrolar da narrativa que há de começar pela espera daquele novo ser, ainda na barriga de uma das cientistas. O futuro começa agora neste Presente.
Rivoli > Pç. D. João I, Porto > T. 22 339 2200 > 17 jun, sex 21h30 > €7,50