Arte pública? Desfaça já ideias feitas sobre esculturas pousadas em rotundas ou intervenções inauguradas com fitas e políticos decorativos: a primeira edição da Poster ambiciona ser uma galeria a céu aberto, uma mostra pública que junta arte e palavra, nas ruas de um bairro de Lisboa. Coisa democratizante e sem barreiras. Até porque a ideia usada pelos artistas não poderia ser mais democrática, tão universal e velhinha que todos os adolescentes tiveram um exemplar afixado na parede do quarto: o poster, esse cartaz de papel capaz de comunicar tanto concertos rock como comícios.
Organizado pela DepartamentoR, este novo projeto vai colar, literalmente, 25 posters de grandes dimensões, com linguagens e media diferentes: desenho, ilustração, fotografia, mix media e texto unem-se em convivência multidisciplinar sem hierarquias. No alinhamento de artistas, há a mesma pluralidade: aos ilustradores Wasted Rita, Craig Atkinson, David Rosado, juntam-se os artistas plásticos Paulo Brighenti e Rui Toscano, os designers R2 (Lizá Ramalho e Artur Rebelo), os ateliês de arquitetura Artéria, Campos Costa e And-Ré, o músico Paulo Furtado aka The Legendary Tigerman, os escritores Afonso Cruz, José Luís Peixoto e Valter Hugo Mãe, cinco nomes escolhidos por Open Call, e o fotógrafo Eduardo Harrington Sena (com uma imagem póstuma cedida pelo Museu de Arte Contemporânea do Chiado).
Do Mickey Mouse pixelizado (David Rosado) ao manifesto pelo amor (Valter Hugo Mãe), das provocações divertidas (Wasted Rita ou Craig Atkinson) aos efeitos óticos (Edik Katykhin e R2), o mundo cabe num poster de rua.
Andar por Xabregas e Marvila, eis o que é preciso para visitar a Poster: o circuito começa perto da Fábrica Braço de Prata, percorre a Rua do Açúcar, rasa os Armazéns Abel Pereira da Fonseca, espalhando-se depois pelas ruas circundantes.
Poster > várias ruas de Xabregas e Marvila, Lisboa > 16 jun-19 jun, qui-dom 0h-24h