Abra-se o apetite para o que a Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) tem planeado para 2016 e 2017: a apresentação integral das sinfonias de Beethoven, já em meados de setembro. Oportunidade rara, se tivermos em conta que a última vez que tal aconteceu em Portugal foi em 1973, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, com a Royal Philarmonic Orchestra e o maestro russo Yuri Ahronovitch. A tarefa, desta vez, caberá à OML e ao maestro Pedro Amaral (que é também o diretor artístico), a conduzir os concertos de quatro dias consecutivos e em três cidades. A saber: Setúbal, no Fórum Municipal Luísa Todi, de 15 a 18 de setembro; Lisboa, na Praça do Município, de 28 de setembro a 1 de outubro; e em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, de 13 a 16 de outubro.
A programação deste ano faz-se também com artistas convidados. O ilustrador André Carrilho, a quem coube desenhar a imagem da nova temporada, e Artur Pizarro, que tem a seu cargo a abertura e o encerramento da temporada sinfónica, a decorrer no Centro Cultural de Belém. O concerto inaugural, marcado para 25 de setembro, faz-se com o Terceiro Concerto para Piano, de Sergei Prokofiev, enquanto a fechar (a 9 de junho de 2017) ouvir-se-á os Primeiro e Segundo Concertos para Piano, de Franz Liszt, num concerto que assinala o 25º aniversário da Metropolitana. Pelo meio, Artur Pizarro participa em dois programas de música de câmara e apresenta-se com a Orquestra Académica Metropolitana. Da programação sinfónica, destaque ainda para a descoberta de uma pérola perdida nos tesouros da música escandinava: a Terceira Sinfonia de Franz Berwald, A Singular, que a OML toca a 12 de fevereiro, dirigida pelo maestro Emilio Pomàrico.
De “apresentação integral” volta a falar-se na temporada clássica que toma conta do Teatro Thalia, em Lisboa. Entre os 12 concertos agendados, está o que inclui todos os Concertos para Violino de Mozart. A 14 e 15 de janeiro, em local a anunciar, as cinco peças e ainda o raro Concertone, para dois violinos, serão interpretados por seis solistas. Todos eles antigos alunos da Metropolitana e todos eles formados por Aníbal Lima, que conduzirá o espectáculo, numa homenagem aos 50 anos de carreira do músico e professor.
Bach será a estrela da programação barroca, a decorrer sempre no Palácio Foz, nos Restauradores. Abre, no dia 6 de novembro, com os três Concertos para Dois Cravos do compositor alemão, interpretados por Aapo Häkkinen e Marcos Magalhães, num espetáculo marcado para as 17 horas. E que é uma exceção ao horário habitual na Sala dos Espelhos, sempre às 21 horas. Depois, a 1 de abril, a OML toca as Cantatas BWV 12 e 66 que Bach escreveu para o calendário Pascal.
A decorrer entre setembro e junho de 2017, a temporada da Metropolitana inclui mais de 100 concertos a estendem-se a 12 dos 18 municípios da área metropolitana de Lisboa, e duas apresentações extraordinárias no Coliseu do Porto (a 4 de outubro, com as Sinfonias 5 e 9, de J.S. Bach; e a 6 de janeiro, para o Concerto de Ano Novo). Depois outros projetos atravessam a programação, como O Dia Seguinte – Venha Ouvir uma Orquestra por Dentro! (9 de outubro, no Teatro Thalia) ou o Ateliê de Ópera, dirigido a jovens cantores. Outros ainda alargam o repertório, resultado da parceria com o São Luiz Teatro Municipal e o Museu do Fado – o fadista Ricardo Ribeiro e o libanês Rabih Abou-Khalil vão cantar a longa Toada de Portalegre, de José Régio, entre modos árabes e sonoridades contemporâneas (24 a 26 novembro), enquanto Camané junta-se à Metropolitana para um concerto (de 9 a 12 março). Música maestro!
Mahler: Quinta Sinfonia, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa > Centro Cultural de Belém > Pç. do Império, Lisboa > T. 21 361 2400 > €5 a €20 > www.metropolitana.pt