É uma festa, não há dúvidas sobre isso e avisam-nos logo no título. Em A Festa (da Insignificância), 10 bailarinos hão de dançar, felizes, soltos, sensuais, numa manifestação de prazer a que dará gosto assistir. Foi esta a festa que o coreógrafo Paulo Ribeiro criou para celebrar os 20 anos da sua companhia de dança. Mais do que isso, faz questão de dizer, para celebrar uma carreira, uma vida: “Quis olhar para trás e pôr cá para fora todo o positivo que têm sido estes anos. É uma festa que fala da possibilidade de ser feliz, que é cada vez mais difícil de conseguir, mas é sobretudo uma festa por poder continuar a dançar, a coreografar e a escolher intérpretes de grande qualidade.”
Partilha revela-se palavra chave nesta festa – quer seja entre coreógrafo e bailarinos, quer seja entre os 10 bailarinos, sempre todos em cena, quer seja mesmo com os espectadores sentados na plateia. “O processo de criação foi um dos de maior cumplicidade e harmonia. E espero que isso salpique para o público”, diz Paulo Ribeiro, que chamou para trabalhar consigo Ana Jezabel Carreira, Allan Falieri, André Cabral, António Cabrita, Filipa Peraltinha, João Cardoso, Rosana Ribeiro, São Castro, Teresa Alves da Silva e Valter Fernandes, e ainda os músicos Miquel Bernat e Miguel Moreira, que tocam no palco. Uma coreografia “muito extrovertida”, há de descrevê-la o coreógrafo, de braços abertos a quem a ela assiste. “Queremos receber bem em casa os espectadores e acarinhá-los. Não há provocação, é o contrário disso. Queremos pôr o público a respirar em conjunto connosco”, afirma. E como se nada estivesse ensaiado quando entramos na sala, aqueles corpos dançarão ao som de Tom Zé, Matthew Shlomowitz e Ben Harper. “Até mesmo a simples carícia é uma festa”, escreve João Luís Oliva na apresentação do espetáculo. E é mesmo – naquele palco e na vida.
A Festa (da Insignificância) > Teatro Viriato > Lg. Mouzinho de Albuquerque, Viseu > T. 232 480 119 > 18-19 dez, sex-sáb 21h30 > €5 a €10