Quase se sente o frio e o vento gelados desta vila no Alasca. O dia do último pôr do sol em Ennis marca o arranque de True Detective. Nesta quarta temporada, são muitos os segredos enterrados no gelo e envoltos na escuridão. Passou uma semana, desde o último contacto de um grupo de cientistas na Tsalal, Estação de Investigação do Ártico, com a vila mais próxima.
Vai ser preciso descobrir o que andariam à procura, “talvez a origem da vida”, estes oito homens, quem eram e porque desapareceram. Restam os seus telemóveis, alguns vídeos, as roupas, as comidas e até a música ouvida na estação, para Liz Danvers (Jodie Foster) e Evangeline Navarro (Kali Reis), as detetives encarregadas do caso, começarem a esmiuçar no meio da neve. Para trás, nas três temporadas anteriores da série criada por Nic Pizzolatto, ficam as duplas policiais formadas por Matthew McConaughey e Woody Harrelson; Colin Farrell e Rachel McAdams; Mahershala Ali e Stephen Dorff.
O final de cada episódio acrescenta novas verdades escondidas, o que gera bastante expectativa, enquanto o isolamento criado pelo ambiente do Ártico causa uma certa claustrofobia. Ao longo dos seis episódios, o argumento – escrito, produzido e realizado pela mexicana Issa López – levanta questões sobre a descendência de nativos indígenas norte-americanos. E Kali Reis, coprotagonista e bicampeã mundial de boxe, cujas origens remontam às tribos Cherokee, Nipmuc e Seaconke Wampanoag, encaixa na premissa.
As personagens Liz e Evangeline “são ótimas inimigas”, disse Jodie Foster em entrevista à Vogue Brasil. “Elas odeiam-se, mas, ao mesmo tempo, respeitam-se e trabalham bem juntas”, acrescentou. Enquanto o papel de Jodie Foster é de uma mulher mais racional e, por vezes, ríspida na forma de trabalhar, o de Kali Reis é movido pelas emoções. Para Issa López, “elas seriam uma única mulher: o lado esquerdo e o lado direito do cérebro. Elas são incompletas se não estão juntas.”
True Detective: Night Country > HBO Max > Estreia 15 jan, seg > 6 episódios, um novo a cada segunda