Nesta nova série cabem várias Américas – a de quem mora numa autocaravana, a dos casinos no meio do deserto, a dos camiões em longas retas de asfalto, entre o Arizona e o Texas, a das bombas de gasolina e dos motéis à beira da estrada, a dos dinings abertos 24 horas. Cenários de um país profundo, longe das grandes metrópoles com arranha-céus. Em Poker Face cabem também várias tipologias de personalidade, desde as genuínas às excêntricas, das trapaceiras às alucinadas, mas, na verdade, todas bastante disfuncionais.
A série, escrita e realizada por Rian Johnson (Knives Out, Glass Onion, Star Wars: Episode VIII – O Último Jedi), vai às costas de Natasha Lyonne (Boneca Russa, Orange Is The New Black) no papel de Charlie Cale, uma mulher desenrascada, intensa, sempre com a vida em perigo, ora ameaçada de morte ora ferida, que vai tendo ocupações efémeras – trabalhar numa churrasqueira ou num lar, partir em tournée com uma banda de metal, ser empregada no café de um teatro ou num parque de karts –, que lhe permitem sobreviver por onde passa.
Natasha Lyonne, de 44 anos, é poderosa, seja pelo vozeirão rouco seja pelos grandes olhos ou por toda a sua expressividade. Charlie Cale também é poderosa, sobretudo porque tem um dom: percebe quando alguém está a mentir. Mas, em vez de esta característica a ajudar, afinal só lhe atrapalha a vida, numa verdadeira road trip ao volante de um Plymouth Barracuda azul, um clássico norte-americano.
Em cada um dos dez episódios, já com a segunda temporada na forja, há uma morte misteriosa por resolver, e Charlie não resiste a tentar encontrar o culpado. Apesar de existir um fio condutor relativamente à história da protagonista, cada episódio tem um novo elenco, com nomes sonantes como Adrien Brody, Benjamin Bratt, Chloë Sevigny, Ellen Barkin, Hong Chau, Joseph Gordon-Levitt, Luis Guzmán, Nick Nolte ou Ron Perlman.
Poker Face > SkyShowtime > Estreou 15 set, sex > 10 episódios, um novo a cada sexta