Esta é uma daquelas séries em que, desde o primeiro minuto, o vilão é apresentado ao espectador. Conhecemos-lhe a figura, seguimos-lhe os passos, mas para Kirby Mazrachi (Elisabeth Moss) a voz de Harper Curtis (Jamie Bell), o seu timbre e a entoação arrastada são as únicas referências que tem do homem que a atacou de forma brutal, deixando-lhe marcas físicas e psicológicas para a vida.
Elisabeth Moss, a protagonista da premiada série The Handmaid’s Tale, volta a um papel atormentado de uma personagem sombria. Todo o ambiente de Shining Girls, um thriller criado e escrito para televisão por Silka Luisa, baseado no livro homónimo da sul-africana Lauren Beukes, é taciturno, recuando aos anos 1990 do século XX.
As reviravoltas na vida da arquivista do jornal Chicago Sun-Times, que para trás deixou a aspiração de ser jornalista depois de sobreviver a um violento assalto, começam quando o assassínio de uma mulher, cujo corpo é descoberto nos tubos da cidade, tem pontos em comum com o ataque que sofreu. Dan Velazquez, interpretado pelo brasileiro Wagner Moura (Tropa de Elite, Narcos), antigo repórter criminal que escreveu sobre o assalto a Kirby, será o seu companheiro de investigação, na descoberta da identidade do atacante.
Ao longo dos oito episódios, são vários os casos por resolver que, afinal, estão todos ligados – ao mesmo tempo, os traumas de Kirby Mazrachi vão ficando mais expostos. Esta é a história-padrão do serial killer, caso as reviravoltas cronológicas, literais viagens no tempo, não se sucedessem. Kirby desenvolve poderes para descobrir o que Harper tem feito, um verdadeiro femicídio. Típico caso em que o monstro transforma a única sobrevivente numa heroína.
Veja o trailer
Shining Girls > Apple TV+ > 29 abr, sex (três episódios) > episódio novo à sexta