Comecemos pelo fim. Em janeiro deste ano, Elizabeth Holmes, 38 anos, dona da Theranos, startup biomédica com 500 empregados e avaliada em nove mil milhões de dólares, foi considerada culpada de várias fraudes eletrónicas e de conspiração para as cometer. A “menina bonita” de Silicon Valley, tantas vezes comparada ao seu ídolo, Steve Jobs, incorre agora numa pena de prisão de 20 anos, cuja sentença sairá em setembro.
Um complexo processo judicial, resultado das más práticas denunciadas numa investigação jornalística do Wall Street Journal, em 2015.
A ideia de Elizabeth Holmes – nesta série interpretada por Amanda Seyfried (Mamma Mia!, Mank), conseguindo o olhar frio e obstinado da empreendedora quase sempre de roupa preta e batom vermelho – tinha tudo para dar certo: criar uma máquina que, através de uma única gota de sangue, fizesse mais de 200 análises. O exame de diagnóstico simples, sem agulhas, na vanguarda da assistência médica, estaria disponível em lojas e centros de bem-estar.
Sem nunca ter terminado o curso de Engenharia Biomédica, no ano em que haveria de se licenciar, Elizabeth Holmes já era uma milionária que citava Yoda, de Star Wars. A Theranos era, sem dúvida, uma empresa revolucionária, caso Holmes não tivesse enganado, deliberadamente, investidores, os média, farmacêuticas, médicos e doentes com uma tecnologia que não funciona e resultados imprecisos.
O romance, pouco saudável em certo momento, com Sunny Balwani (o ator Naveen Andrews), que também investiu dinheiro na startup e se tornou seu administrador, minou todo o percurso da jovem e da Theranos.
A pergunta que se impunha, e que pouca gente fez, é: porque não foi a Theranos diretamente à aprovação da Food and Drug Administration, a autoridade do medicamento norte-americana? Porque seria apanhada muito mais cedo.
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The Dropout: A História de Uma Fraude > Disney+ > Estreia 20 abr, qua > 8 episódios