1.The Crown, Netflix
Seis nomeações: Melhor Série Drama; Melhor Atriz TV Drama: Olivia Coleman e Emma Corrin; Melhor Atriz secundária TV: Gillian Anderson e Helena Bonham Carter; Melhor Ator TV Drama: Josh O’Connor
A série de ficção sobre a rainha Isabel II, a família real britânica e a história do Reino Unido no século XX soma seis nomeações, liderando nas séries. Na quarta temporada de The Crown, destaque para as interpretações de Gillian Anderson, como Margaret Thatcher, e de Emma Corrin, como Diana Spencer, princesa de Gales ao casar-se com o príncipe Carlos (Josh O’Connor). É notável o trabalho de cada uma destas atrizes em que, além das semelhanças e da make-up, por vezes só um ajeitar de ombros ou um olhar caído falam por si. Com os anos 80 do século XX à porta, começa a mudar o visual e a estética da série criada por Peter Morgan. Ambiente menos imperial e mais citadino, numa Londres a fervilhar. Os britânicos continuavam na Irlanda e a luta republicana irlandesa pela liberdade entrava numa nova fase, mais sangrenta. “Era o que faltava ao país. Duas mulheres no leme do barco”, indigna-se o duque de Edimburgo (Tobias Menzies) no dia das eleições, com o Partido Conservador à frente nas sondagens. S.C.
2. Schitt’s Creek, TVCine Emotion
Cinco nomeações: Melhor Série Comédia ou Musical; Melhor Atriz TV Comédia/Musical: Catherine O’Hara; Melhor Ator TV Comédia/Musical: Eugene Levy; Melhor Ator secundário TV: Daniel Levy; Melhor Atriz secundária TV: Annie Murphy
Estreada há cinco anos na CBC no Canadá e na Pop TV nos Estados Unidos da América, só quando integrou o catálogo da Netflix nos EUA, em 2017, viu explodir a sua popularidade. Depois, Schitt’s Creek fez história na cerimónia dos Emmy em setembro de 2020, ao conquistar todas as categorias de séries de comédia (sete, no total, o que nunca tinha acontecido). Eugene Levy e Dan Levy, pai e filho na vida real e nesta ficção, criadores e protagonistas, quiseram contar o que acontece a uma família milionária (dona de uma cadeia de videoclubes) quando perde tudo e só lhe resta um lugarejo chamado Schitt’s Creek que comprou por capricho. A morarem no típico motel de beira de estrada, Moira (Catherine O’Hara, Sozinho em Casa), ex-atriz de telenovela, glamourosa e excêntrica, junta-se ao grupo de cantores da cidade e dirige uma peça; Alexis (Annie Murphy), a filha mimada, volta para a escola; David (Dan Levy), o filho, abre um armazém chique; e Johnny (Eugene Levy, American Pie) assume a gerência do motel. Chegaram a Schitt’s Creek com desdém, mas ao longo de 80 episódios, os Rose vão adaptar-se a uma nova realidade que os transformará também em melhores pessoas. S.C.
3. Ozark, Netflix
Quatro nomeações: Melhor Série Drama; Melhor Atriz TV Drama: Laura Linney; Melhor Ator TV Drama: Jason Bateman; Melhor Atriz secundária TV: Julia Garner
No verão de 2017, conhecemos o contabilista Marty Byrde (Jason Bateman, agora também em The Outsider, na HBO), que em Chicago se viu envolvido numa rota de lavagem de dinheiro proveniente do negócio da droga. A mudança para o lago das montanhas Ozark levou esta família disfuncional a acreditar que ali iria conseguir passar despercebida. Na terceira temporada, os Byrde estão de volta aos negócios e as apostas nunca foram tão altas. À medida que a tensão aumenta em torno do seu novo casino, The Missouri Belle, Marty e Wendy (Laura Linney) lutam para equilibrar a segurança da família com o crescente sucesso do seu império de lavagem de dinheiro. Wendy ganha o perfil de vilã, estando disposta a fazer qualquer coisa por ambição, enquanto usa os filhos como desculpa. O público vai conhecer o irmão misterioso de Wendy, um elemento destabilizador para os Byrde. S.C.
4. The Undoing, HBO
Quatro nomeações: Melhor Minissérie ou Telefilme; Melhor ator Minissérie ou telefilme: Hugh Grant; Melhor Atriz Minissérie ou telefilme: Nicole Kidman; Melhor ator secundário TV: Donald Sutherland
Criada a partir do livro You Should Have Known, de Jean Hanff Korelitz, cuja adaptação para televisão foi feita por David E. Kelly (Big Little Lies, Ally McBeal, The Practice), esta série vai do quotidiano de um casal cúmplice, bem-sucedido nas carreiras e benemérito em Nova Iorque, abanado pelo assassínio brutal de uma mulher (Matilda de Angelis), terminando na barra do tribunal. Uma espiral ascendente no interesse e no mistério da história. Grace Fraser (Nicole Kidman) é psicóloga, casada com Jonathan Fraser (Hugh Grant), oncologista, que ela julga ser um médico cuidadoso com os seus pacientes, e mãe de Henry (Noah Jupe), um adolescente maduro e especial. Nicole Kidman, 53 anos, e Hugh Grant, 60, conhecem-se desde os seus vinte e poucos anos, mas esta é a primeira vez que contracenam juntos. Partilham muitas cenas intensas e há uma certa osmose britânico-australiana, em que os silêncios, mesmo no set de filmagens, não são constrangedores. S.C.
5. The Great, HBO
Três nomeações: Melhor Série Comédia ou Musical; Melhor atriz TV Comédia/Musical: Elle Flanning; Melhor Ator TV Comédia/Musical: Nicholas Hunt
As intrigas na corte de Catarina, a Grande ganham uma nova perspetiva nesta série da autoria do escritor nomeado para o Óscar, Tony McNamara (A Favorita). Protagonizada por Elle Fanning, trata-se de um drama satírico sobre a vida e ascensão da governante feminina com maior longevidade da história da Rússia. Quando chega da Prússia, para se casar com o imperador Peter, a então princesa Sofia Frederica Augusta de Anhalt-Zerbst-Dornburg espera viver longos anos de amor e felicidade na nova pátria. No entanto, depara com um marido controlador e uma sociedade profundamente patriarcal, social e culturalmente atrasada. Decidida a mudar as regras do jogo, Catarina mata o marido, enfrenta a Igreja, desconcerta as forças armadas e controla a corte. Uma visão moderna sobre a vida de uma mulher que foi estratega militar, política, amiga de iluministas como Voltaire, Diderot e d’Alembert, autores da primeira enciclopédia, e possuidora de uma coleção privada de arte que deu origem ao Museu Hermitage. M.A.N.
6. Ratched, Netflix
Três nomeações: Melhor Série Drama; Melhor atriz TV Drama: Sarah Paulson; Melhor atriz secundária TV: Cynthia Nixon
Não é preciso ter visto o clássico Voando sobre um Ninho de Cucos (1975) para agora compreender a história desta enfermeira com uma conduta moral e ética deveras questionável. Para Mildred Ratched, todos os fins justificam os meios. Enfermeira no Pacífico, durante a II Guerra Mundial, especializou-se na administração de anestésicos, terapia com oxigénio e tratamento de choque. Preocupada em encontrar a cura para a mente humana, é por muitos considerada um anjo da misericórdia, mas tem sempre um plano retorcido para tudo e para todos. Há um ano com contrato exclusivo com a Netflix, Ryan Murphy já demonstrou, por diversas vezes, como é exímio a recriar homicídios (American Crime Story), a pregar valentes sustos (toda a saga American Horror Story) e a retratar uma América de época. Depois de oito episódios iniciados com a chacina de padres, um novo massacre que vitima enfermeiras em Chicago deixa adivinhar para onde se mudará a ação da segunda temporada marcada para este ano. S.C.
7. The Comey Rule, HBO
Duas nomeações: Melhor ator Minissérie ou telefilme: Jeff Daniels; Melhor ator secundário TV: Brendan Gleeson
Ao livro A Higher Loyalty, bestseller do controverso James Comey, em que o antigo diretor do FBI descreve a presidência de Donald Trump como um “incêndio florestal”, acresceram mais de um ano de entrevistas a personalidades envolvidas nas presidenciais de 2016. A primeira parte da minissérie segue a investigação aos emails de Hillary Clinton e o impacto que teve nas eleições, enquanto a segunda acompanha os primeiros meses da presidência e a colisão entre Comey e Trump (interpretados por Jeff Daniels e um convincente Brendan Gleeson), que termina na demissão daquele, em 2017. A investigação da influência russa nas eleições, os encontros privados acalorados entre as duas figuras ou o confronto entre a lealdade e a verdade são alguns pontos abordados.
8. Emily in Paris, Netflix
Duas nomeações: Melhor Série Comédia ou Musical; Melhor Atriz TV Comédia/Musical: Lilly Collins
Do mesmo criador de Sexo e a Cidade, Darren Star, esta série promete entreter e divertir com a personagem de Lily Collins (Emily Cooper), uma executiva de marketing de Chicago que se muda para um emprego de sonho em Paris, onde a esperam muitas aventuras, dramas e paixões. Destaque para o guarda-roupa de Emily, a cargo da figurinista Patricia Field, a mesma de Sexo e a Cidade e do filme O Diabo Veste Prada.
9. The Flight Attendant, HBO
Duas nomeações: Melhor Série Comédia ou Musical; Melhor Atriz TV Comédia/Musical: Kaley Cuoco
Protagonizada por Kaley Cuoco, uma das estrelas do elenco de A Teoria do Big Bang, esta série navega entre o humor negro e a comédia. A assistente de bordo Cassandra Bowden (Kaley Cuoco) acorda de ressaca no quarto de um hotel que não conhece, em Banguecoque, e com o cadáver de Alex Sokolov (Michiel Huisman) a seu lado. Acontece que este é o homem que conhecera durante um voo e com qual tivera um encontro romântico. Sem saber o que aconteceu e com uma vida construída sobre más decisões e muito álcool pelo meio, Cassandra começa a questionar-se se pode ser ela a assassina. Adaptada do romance homónimo escrito em 2018 por Chris Bohjalian, é uma história sobre como uma vida inteira pode mudar numa noite.
10. Normal People, HBO
Duas nomeações: Melhor Minissérie ou Telefilme; Melhor Atriz Minissérie ou telefilme: Daisy Edgar-Jones
Baseada no romance de Sally Rooney, ganhou o epíteto da série mais falada do verão de 2020. Sucintamente, podemos dizer que os 12 episódios acompanham a história de amor entre dois millennials (e que bem que vão Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal!), numa cidade do Interior da Irlanda pós-católica. Deixemos de lado o campeonato (pouco interessante, de resto) sobre se o livro é melhor ou pior do que a série e falemos, antes, do quanto Normal People contém: da incomunicabilidade entre Marianne e Connell que, apesar de se entenderem na cama, nem sempre se entendem noutros contextos, dos muros que as classes sociais ainda representam, do modo como aquela relação também contribui para a definição da personalidade de cada um, da construção social acerca do que é expectável dos homens e das mulheres, da maneira como aquela paixão não os impede de tentarem outros caminhos… E, no fundo, de como tudo isto pode fazer de Normal People um retrato do que está a mudar no amor. S.B.L.
11. Gambito de Dama, Netflix
Duas nomeações: Melhor Minissérie ou Telefilme; Melhor Atriz Minissérie ou telefilme: Anya Taylor-Joy
Os seus seis episódios baseiam-se num romance publicado em 1983, do escritor norte-americano Walter Tevis, e acompanham a vida de Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), nos anos 50 e 60, de um orfanato no Kentucky para a conquista da cena mundial do xadrez. Apesar dos problemas pessoais da personagem interpretada por Anya Taylor-Joy, há um certo charme que atravessa o caminho ascendente da jogadora – que visualiza as suas jogadas mortíferas em peças que tomam forma, como num sonho, à frente dos seus olhos, no teto – em vários palcos mundiais. P.D.A
12. Small Axe, HBO
Duas nomeações: Melhor Minissérie ou Telefilme; Melhor Ator secundário TV: John Boyega
Small Axe não é uma série, é uma antologia de cinco longas metragens autónomas e histórias distintas sobre a vida dos imigrantes das Índias Ocidentais em Londres, entre a década de 60 a meados da década de 80. Em Mangrove, Lovers Rock, Education, Alex Weathle e Red White and Blue, dirigidas por Steve McQueen, realizador de 12 Anos Escravo, desperta-se a memória do legado da comunidade caribenha na metrópole, através de temas como a descriminação racial e resistência cultural vividos pelos negros britânicos. Mangrove e Alex Weatlhe são baseados em histórias verdadeiras, o primeiro é um caso de tribunal relacionado com um protesto de jamaicanos em Notting Hill, o segungo, conta a vida do escritor que viria a estar envolvido nos protestos de 1981 em Brixton; Lovers Rock evoca o espírito das festas de reggae; Red White and Blue fala sobre o preconceito das forças policiais e Education aborda a exclusão social. O título foi inspirado na música Small Axe de Bob Marley, onde há o verso Se vocês são a árvore grande, nós somos o machado pequeno.
13. Ted Lasso, Apple TV+
Duas nomeações: Melhor Série Comédia ou Musical; Melhor Ator TV Comédia/Musical: Jason Sudeikis
Ted Lasso conta a história de um treinador de futebol americano do Kansas que aceita o desafio de liderar uma equipa da Premier League, o AFC Richmond, sem ter quaisquer conhecimentos de como se joga este desporto no país da rainha Isabel II. A contratação feita por Rebecca (Hannah Waddingham), numa tentativa de arruinar o clube de futebol que recebeu de herança do ex-marido, é o motor da história, mas Ted não há de falhar a sua missão apesar dos contratempos e de não saber regras básicas como, o que é um fora de jogo. Inspirada na personagem dos anúncios criados pela NBC Sports que se tornou viral, quando a cadeia de televisão americana adquiriu os direitos de transmissão da Premier League Inglesa, a série co-criada, co-escrita e co-produzida por Jason Sudeikis e Bill Lawrence (criador de Cougar Town) tem três temporadas asseguradas.
14. Unorthodox, Netflix
Duas nomeações: Melhor Minisérie ou Telefilme; Melhor Atriz Minisérie ou telefilme: Shira Haas
Baseada em partes da autobiografia de Deborah Feldman, Unorthodox —The Scandalous Rejection of my Hassidic Roots, a série foca-se na jornada de autodescoberta de Esther Shapiro, ou Etsy (interpretada por Shira Haas) uma jovem criada na comunidade de judeus hassídicos ortodoxos de Williamsburg, em Brooklyn, Nova Iorque. Nascida e criada nesta comunidade, Etsy de 19 anos foge de casa e de um casamento infeliz com Yanky (Amit Rahav), para Berlim, cidade para onde também a sua mãe tinha fugido, deixando-a ao cuidado do pai e dos avós. Ao longo dos quatro episódios, grande parte falados em iídiche, mostra-se o dia-a-dia, as tradições e comemorações desta comunidade judaica ultrarreligiosa e conservadora, num relato autêntico que nos deixa a pensar.
15. Better Call Saul, Netflix
Uma nomeação: Melhor Ator Série Drama: Bob Odenkirk
Já vai na quinta temporada, este spin-off de Breaking Bad, que adota Saul Goodman como protagonista, o advogado sem escrúpulos que ajudava a dupla formada por Walter White e Jesse Pinkman. A prequela acompanha a vida profissional do causídico, desde o tempo em que usava o seu nome real, Jimmy McGill, e procurava conquistar o seu lugar num meio ocupado pelas grandes firmas de advogados. Com alguns atropelos éticos e legais. O papel é interpretado por Bob Odenkirk, que está agora nomeado como melhor ator em séries dramáticas.
16. The Good Lord Bird, HBO
Uma nomeação: Melhor Ator Minisérie ou telefilme: Ethan Hawke
O protagonista, Ethan Hawk, está nomeado para o prémio de melhor ator, ele que também foi cocriador, coprodutor e coargumentista desta minissérie de sete episódios sobre o abolicionista John Brown, uma personagem secundária dos livros de História. Baseada no romance homónimo de James McBride, vencedor do National Book Award em 2013, The Good Lord Bird usa como narrador um jovem escravo, Little Onion (Joshua Caleb Johnson), que se junta ao grupo de soldados de Brown para combater a escravatura no Kansas. Um drama rodeado de humor, a criar paralelismos com os problemas de racismo vividos nos Estados Unidos de hoje.
17. Hollywood, Netflix
Uma nomeação: Melhor Ator secundário TV: Jim Parsons
Nesta série, o produtor Ryan Murphy revisita, em tom crítico, os anos de ouro de Hollywood, no pós-guerra, aproveitando a conjuntura favorável induzida pelo movimento #MeToo e pela discussão sobre a subrepresentação de afro-americanos na indústria. Os melhores anos da fábrica de ilusões são transformados num combate a estereótipos e preconceitos. A ação de Hollywood gira em torno da produção de um filme que nunca existiu (Meg) com personagens maioritariamente fictícias. Entre as exceções está o ator Rock Hudson, interpretado por Jake Picking, e o seu pérfido agente Henry Wilson, representado por Jim Parsons, que consegue descolar-se de Sheldon Cooper, a personagem que representou em The Big Bang Theory. Pelo papel, conquistou a nomeação como melhor ator secundário nos Globos.
18. Hunters, Amazon Prime Video
Uma nomeação: Melhor Ator TV Drama: Al Pacino
Em 2020, Al Pacino juntou-se ao grupo de atores célebres que se tornam protagonistas de uma série de televisão e, pelo seu desempenho, conquistou uma nomeação para os Globos de Ouro. Hunters decorre em Nova Iorque, em 1977, e conta a história de um grupo de caçadores de nazis, no alcance de uma célula nazista que conspira para criar um Quarto Reich nos Estados Unidos. Al Pacino interpreta Meyer Offerman, um milionário, sobrevivente do Holocausto, que recruta e lidera os caçadores. Violência, terror, mas também muito humor e referências à cultura pop marcam a criação de David Weil, ele próprio neto de sobreviventes do Holocausto.
19. I Know This Much Is True, HBO
Uma nomeação: Melhor Ator Minissérie ou telefilme: Mark Ruffalo
O duplo papel na minissérie dramática valeu a Mark Ruffalo uma nomeação como melhor ator. Interpreta um par de gémeos, um deles a sofrer de esquizofrenia, o outro a debater-se para manter o equilíbrio, mas assombrado por outros fantasmas, tragédias e problemas. Ao elenco desta adaptação do romance homónimo de Wally Lamb, escrita e realizada por Derek Cianfrance (Blue Valentine), juntam-se Juliette Lewis, Rosie O’Donnell, Melissa Leo, entre outros.
20. Killing Eve, HBO
Uma nomeação: Melhor Atriz TV Drama: Jodie Comer
A britânica Jodie Comer está nomeada como melhor atriz numa série dramática pelo papel de Villanelle, a assassina psicopata que contracena com Eve (Sandra Oh, que já ganhou um Globo de Ouro por esta interpretação), uma funcionária inexperiente dos serviços de segurança. A série da HBO, escrita por Phoebe Waller-Bridge (Crashing, Fleabag) a partir de uma saga de livros de Luke Jennings, acompanha este jogo épico do gato e do rato entre as protagonistas, obcecadas uma pela outra.
21. Lovecraft Country, HBO
Uma nomeação: Melhor Série Drama
Está nomeada entre as melhores séries dramáticas. A ação decorre nos anos 50 do séc. XX e segue a busca do jovem afro-americano Atticus Freeman (Jonathan Majors) pelos Estados Unidos em busca do pai desaparecido, na companhia da amiga Letitia (Jurnee Smollett-Bell) e do seu tio George (Courtney B. Vance). A história está longe de ser linear, com ingredientes do universo do fantástico e do terror a baralhar as questões da segregação racial.
22. The Mandalorian, Disney+
Uma nomeação: Melhor Série Drama
Spin-off do universo de Star Wars, é uma das bandeiras da plataforma de streaming Disney+ e está nomeada para os Globo como melhor série dramática. Após a queda do Império Galáctico (e antes do surgimento da Primeira Ordem), um guerreiro solitário (Pedro Pascal) percorre os confins da galáxia, enquanto caçador de recompensas. Numa das missões, o Mandalorian vai ao alcance de uma misteriosa criança (o adorável Baby Yoda), mas acaba por assumir o papel de seu protetor. As semelhanças com os westerns americanos são evidentes, a começar pelo protagonista forte, corajoso e parco em palavras. E o espírito aventureiro da saga criada por George Lucas continua bem presente.
23. Mrs. America, HBO
Uma nomeação: Melhor Atriz Minissérie ou Telefilme: Cate Blanchett
Nomeada como melhor atriz numa minissérie, Cate Blanchett (vencedora de dois Oscars pelos desempenhos em Blue Jasmine e The Aviator) encarna Phyllis Schlafly, a conservadora que se opôs ao movimento de libertação das mulheres. A série da HBO conta precisamente a história do movimento para aprovar a Emenda da Igualdade de Direitos – que visava eliminar a desigualdade entre homens e mulheres no acesso ao divórcio, emprego ou à propriedade –, e a reação inesperada a esse movimento, liderado durante os anos 70 por esta advogada, constitucionalista e escritora. Cada episódio apresenta ainda a perspetiva de figuras ligadas ao movimento feminista, como a fundadora Betty Friedan ou Shirley Chisholm (a primeira congressista negra nos EUA), interpretadas por Tracey Ullman e Uzo Aduba.
24. Perry Mason, HBO
Uma nomeação: Melhor Ator TV Drama: Matthew Rhys
Distante da interpretação de Raymond Burr como Perry Mason, o advogado de defesa criado por Erle Stanley Gardner e celebrizado na primeira adaptação televisiva (1957-1966), Matthew Rhys conseguiu ser nomeado como melhor ator numa série dramática. Nesta série, a personagem ganha contornos mais sombrios, com a ação a decorrer em plena Grande Depressão. Mason é um detetive privado, atolado em problemas (financeiros, familiares e de álcool) e não hesita em seguir métodos pouco ortodoxos na investigação dos crimes. Os criadores Rolin Jones e Ron Fitzgerald exploram os dilemas interiores das personagens e reconstroem com mestria a Los Angeles dos anos 30, abatida pela corrupção.
25. Your Honor, HBO
Uma nomeação: Melhor Ator TV Drama: Bryan Cranston
A nova série criada por Peter Moffat apresenta Michael Desiato (Bryan Cranston, o carismático Walter White de Breaking Bad, nomeado para melhor ator), um juiz impoluto que vê a vida virada do avesso quando o seu filho Adam (Hunter Doohan) atropela mortalmente o filho de Jimmy Baxter (Michael Stuhlbarg), o líder do crime organizado de Nova Orleães. Desiato, habituado a julgar outras pessoas, entra numa espiral de invenções e mentiras para ilibar o filho, que põe em causa toda a sua sensatez. S.C.
26. Zoey’s Extraordinary Playlist, HBO
Uma nomeação: Melhor Atriz Minissérie ou Telefilme: Jane Levy
“Toda a gente tem uma canção no coração”. E Zoey Clark, uma inteligente programadora informática, consegue ouvi-las, após um incidente estranho durante uma ressonância cerebral. A qualquer momento, as pessoas com quem fala apresentam os seus desejos mais íntimos em números musicais, que apenas Zoey consegue presenciar. Maldição indesejada ou dom? Pela interpretação, Jane Levy está nomeada como melhor atriz numa série de comédia ou musical.
27. Ramy, HBO
Uma nomeação: Melhor Ator Comédia: Ramy Youssef
Ramy Youssef já tinha ganho o prémio de melhor ator nos Globos de Ouro de 2020 e, este ano, volta a estar nomeado na categoria de séries de comédia ou musicais. Representa o seu homónimo, um jovem filho de migrantes egípcios, a viver em Nova Jérsia, dividido entre as exigências morais da sua comunidade muçulmana e as vivências despreocupadas da geração millennial. As referências autobiográficas do cómico de stand-up, ator e argumentista americano, são recorrentes ao longo da série, com muitas desventuras amorosas, familiares e profissionais.
NOTA O ator Don Cheadle está nomeado para Melhor Ator de Comédia pela série Black Monday, um olhar sobre a Segunda-feira Negra, o crash da Bolsa de Wall Street a 19 Outubro de 1987. Produzida pela Showtime, a série (já com duas temporadas) não está nas plataformas de streaming em Portugal.