Temos de convir que a família mais inclusiva da comédia americana não envelheceu muito bem. Os músculos destoam da carinha de anjo do despassarado Luke, a genialidade de Lily, na sua versão pré-adolescente, tornou-se mais irritante do que divertida e a barba mal semeada de Manny inspira pena. Nesta nova temporada (os nove primeiros episódios já passaram, em maratona, a 1 de janeiro), vive-se uma espécie de regresso ao passado. Voltam o Dia de S. Valentim, o Halloween, as viagens em família. E os fãs fazem as pazes com os Pritchett.
Nos 22 episódios da nona temporada, que nos EUA se estreou em setembro do ano passado, no canal ABC, vamos ver Manny na universidade, Haley, contra todas as expectativas (ou talvez não), a vencer no mundo do trabalho e o pequeno Joe a tornar-se uma criança algo sinistra. Apesar do êxito da série – venceu o Emmy de Melhor Comédia quatro anos consecutivos – e deste regresso em força, a previsão é a de que a décima venha a ser a última temporada. Ainda por cima, o seu criador, Steve Levitan, avisou que nunca mais quer trabalhar para uma produtora (a Fox Century) que apoia a política de emigração de Trump, no canal noticioso Fox News. “É o oposto do espírito inclusivo de Modern Family”, denunciou Levitan no Twitter, o qual mantém uma relação de mais de 20 anos com a produtora.
Mesmo compreendendo, e apoiando, a posição de Steve Levitan, não podemos deixar de pensar como a atriz Sofia Vergara, a incomparável Gloria, que nas entrevistas de promoção da série afirmou: “Gostava que nunca acabasse.”
Uma Família Muito Moderna > Estreia 2 jul, seg 22h20