A máxima “os opostos atraem-se” não pode aplicar-se à história dos irmãos Dasslers. Na Alemanha dos anos 20, Adolf (Christian Friedel) e Rudolf (Hanno Koffler), mais conhecidos por Adi e Rudi, seguiram as pisadas no negócio do calçado desportivo, mas a diferença de feitios haveria de os afastar até depois de mortos. Foram sepultados no mesmo cemitério, sim, mas o mais longe possível um do outro. Se Adi era um artesão introvertido, Rudi destacava-se como talentoso relações públicas. A minissérie alemã Eternos Rivais, dividida em quatro episódios, a passar na RTP2 até sexta-feira, 11, revela como as marcas Adidas e Puma foram fundadas por cada um deles e se tornaram impérios desportivos até aos dias de hoje.
Com um pai sapateiro, especializado em chinelos, no pós I Guerra Mundial, Adolf começou a fabricar sapatos desportivos, feitos em pano. Em 1920, depois de assumir os negócios do pai, passou a fabricar ténis de lona e de borracha retirada de vasilhames usados pelos americanos para armazenar combustível. Esta “marca branca” da época ganhou fama quando Josef Waitzer, treinador da equipa alemã de atletismo, soube da utilização de materiais de boa qualidade e resistentes. Nessa altura, já fabricavam também chuteiras mais leves e com pitões substituíveis para futebolistas, além dos ténis para várias modalidades de atletismo. O reconhecimento haveria de chegar nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, quando o afro-americano Jesse Owens utilizou o calçado dos irmãos Dassler durante as provas que lhe deram quatro medalhas de ouro. É já durante a II Guerra Mundial, e apesar da prosperidade do negócio (vendiam mais de 200 mil pares de sapatos por ano) que Rudi e Adi entram em conflito e seguiram cada um o seu caminho. O primeiro fundou a Puma, o segundo, a Adidas. E, mais de 90 anos depois, assim continuam as duas, separadas e rivais.
Eternos Rivais > RTP2 > 8-11 ago, ter-sex 22h