LISBOA
1. Terraço Editorial: Petiscar (e bem) a todas as horas
Se há sítio que não se dá por ele, apesar da excelente localização, é o terraço da Pollux, no topo do edifício da Rua dos Fanqueiros, em plena Baixa. Bem, pelo menos aos lisboetas, porque o Terraço Editorial já entrou na lista de lugares a visitar dos turistas, como pudemos comprovar pelas seis e meia da tarde, a hora a que lá nos sentámos. Foi assim que conseguimos um lugar na linha da frente, com vista para a colina do Carmo, pois em menos de nada as mesas ficaram todas ocupadas (não fazem reservas para o terraço, apenas para a sala interior).
Os petiscos de sabor português, servidos nonstop a partir do meio-dia, têm a mão do chefe Rui Rebelo e conjugam-se com uma extensa biblioteca de vinhos, nada mainstream. Um exemplo? O Porto Parágrafo, um branco pét-nat que Rui Rebelo produziu em Baião, em parceria com o enólogo Pedro Mota, seguindo um método de vinificação semelhante ao do champanhe, que lhe dá um gás natural. Servido bem fresco, foi a companhia perfeita para os cones de camarão e o torricado de bacalhau, pimentos, gema de ovo crua e caldo de mexilhão. Um brinde a sítios como este. R. dos Fanqueiros, 276, Lisboa > T. 912 027 876 > seg-dom 12h-23h
2. Miradouro de Baixo: Ir dançar músicas latinas
A este espaçoso terraço, no topo das Carpintarias de São Lázaro, vamos para ver os telhados de Lisboa, pois tem vista para a Graça e para o Castelo de São Jorge. Além disso, existe um balcão para picar até ser noite. A ementa, da Citron Food & Pastry, vai do húmus e romesco e dos croquetes de vitela e aioli às sanduíches em pão brioche de falafel ou de porco desfiado com molho barbecue e maçã-verde. É preciso explicar que o Miradouro de Baixo (entre o Martim Moniz e o Campo dos Mártires da Pátria) abriu em 2022 e tem funcionado apenas nos meses de verão.
Mas uma programação musical diversa, entre atuações de DJ e concertos, tem sido um chamariz e, este ano, está assegurada (para já) até novembro, graças também à nova estrutura que ali existe e abriga do frio. O que também tem funcionado bem, diz Miguel Varela, curador da programação, são as sessões Domingo Sabor, com os ritmos de salsa, timba, cúmbia, merengue e bachata (entrada €7). São para dançar, sim, e a ementa deste dia é a condizer, com tacos, empanadas e mojitos, entre outras bebidas que tais. Carpintarias de São Lázaro > R. de S. Lázaro, 72, Lisboa > até nov, sex-dom 18h-24h
3. Javá: Um balcão privilegiado
Só quem trabalhou no Antigo Edifício das Centrais Telefónica e Telegráfica de Lisboa, conhecido como Palácio dos Correios, uma obra do arquiteto Adelino Alves Nunes, inaugurada em 1953, teve o privilégio de subir ao último andar deste prédio e abraçar a vista sobre a Praça D. Luís I. Mas em 2021 este terraço abriu ao público pela mão do casal belga Margaux Marcy e Pierre d’Andrimont, do grupo Vida Plena (Café Janis, Leonetta, Dallas, Rosamar, entre outros).
O Javá tem tudo o que se pode querer para estar à conversa, a beber um copo e a petiscar ou simplesmente a contemplar uma panorâmica de frente para Almada e o seu Cais do Ginjal; à direita, a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei em pano de fundo. Atenção: só quem jantar na pérgula não terá esta vista para o rio Tejo. Quem gosta de se sentar ao balcão de bares ou de restaurantes vai acelerar o passo para não perder os lugares sentados (sempre muito requisitados), ao estilo de um café parisiense, só que nas alturas. Sozinho ou a dois, é sem dúvida um primeiro balcão privilegiado. E faça-se a festa, como diz a expressão francesa faire la java. S.C. Pç. D. Luís I, 30, 5.º, Lisboa T. 93 594 5545 > almoço 11h-15h30 > bar 16h-23h > jantar 18h-23h30
4. Catch Me: Admirar o rio Tejo
A localização da estrutura envidraçada que serve de casa ao Catch Me sempre foi alvo de cobiça. Instalado no Jardim 9 de Abril, ao lado do Museu Nacional de Arte Antiga e de frente para o rio Tejo, neste terraço, restaurante e bar, as vistas amplas permitem admirar a Margem Sul até Cacilhas, a Ponte 25 de Abril e a Doca de Alcântara. Para acompanhar, há comida, bebida e música, a qualquer hora do dia. Na carta de verão, preparada pelo chefe Lucas Aron, reinam os sabores do mundo com sugestões como o ceviche de corvina do Tejo, a salty pancake ou o bao do comandante. Mas também há novidades nos cocktails – prove-se o Power Pineappling, o Having a Green Affair ou o Getting Hot, num dos lugares ao ar livre ou enquanto se dá um pé de dança. Jardim 9 de Abril, Lisboa > dom-qui 12h30-1h, sex-sáb 12h30-2h
5. Carmo Rooftop: Ver cinema ao ar livre
Elevador de Santa Justa, Castelo de São Jorge, casario da Rua do Carmo. São estes os pontos-chave da paisagem que se avista dos Terraços do Carmo, obra do arquiteto Siza Vieira vencedora do Prémio Valmor e Municipal de Arquitetura de 2015. Colados às ruínas do Convento do Carmo, são morada do bar e restaurante Carmo Rooftop, um dos locais onde acontecem as sessões de cinema ao ar livre programadas pela Cine Society – de domingo a quarta, às 19h, até outubro. No Carmo Rooftop, distribuído por três níveis de áreas exteriores, a diversão pode incluir cocktails ao final da tarde, petiscar ou dançar ao pôr do sol, tudo sem sair do mesmo sítio. Terraços do Carmo, Lisboa > seg-qua, dom 11h-24h, qui 11h-1h, sex-sáb 11h-2h > sessões de cinema: até 14 out, dom-qua 19h > €13,90
6. IDB Rooftop: Aulas de skate e de patins
São muitas as curiosidades que fazem do IDB Rooftop, na zona oriental de Lisboa, um terraço apetecível. Em 3 000 m², no topo do antigo edifício do Entreposto, muita coisa acontece na época estival, período durante o qual funciona com uma programação recheada de atividades, desporto incluído. Este ano, uma das novidades são as aulas de patinagem para adultos e de skate para crianças, que acontecem todos os sábados no skate park, o único existente num terraço. Há ainda aulas de yoga e de treino de corrida funcional aos domingos, tudo gratuito. Juntem-se as mesas de matraquilhos, tabelas de basquetebol e um stand de skeeball, e há muito que fazer. Às quintas-feiras há happy hour (17h-19h), às sextas e aos sábados conte-se com DJ set, e sempre com comida e bebida para acompanhar os finais de tarde. Pç. José Queirós, 1, Lisboa > qui 12h-21h, sex-sáb 12h-24h, dom 12h-20h
7. Lusophonica: Um café e uma música, por favor
A frase podia ser o lema da Lusophonica, a cafetaria do Farol de Santa Marta, em Cascais, que é também uma rádio online independente (lusophonica.com) com emissão feita na casa, à vista e ao ouvido de quem por aqui passa. Curioso? Esperamos que sim, porque à música – a cabine está aberta a músicos, DJ ou curiosos que queiram partilhar os seus gostos musicais e playlists – juntam-se outros prazeres. Sentemo-nos no terraço, onde o azul do céu concorre com o azul do mar, à espreita pelas ameias da muralha, e deixemos correr o tempo com um café de especialidade, uma mimosa ou um smoothie por companhia. Há sempre banana bread e bolo do dia para adoçar a visita, mas também se petisca, entre panquecas, empanadas do Maxi, várias opções de ovos, prego no pão com molho de café ou tosta de abacate. Farol de Santa Marta, R. do Farol de Santa Marta, Cascais > ter-dom 10h-18h
8. Terrace Bar: Um lugar tranquilo
Na colina de Santana e vizinho do Ascensor do Lavra, o hotel Torel Palace tem um terraço aberto a quem queira sentar-se por aqui e aproveitar a sua tranquilidade. Há vários recantos para escolher, rodeados de verde e de flores, e também um deck de madeira, ligeiramente mais elevado, de onde se vê o rio Tejo e o casario lisboeta. Esse mesmo terraço, que serve de esplanada ao restaurante Black Pavilion, tem ainda um bar, com uma ementa de comida ligeira e bebidas. Pode pedir-se um sumo natural, um cocktail ou um copo de vinho. Para picar, há rosbife com molho tártaro e cornichões, saladas, tostas e tábuas de queijo e enchidos. R. Câmara Pestana, 45, Lisboa > seg-dom 12h-23h
9. Lux Frágil: Matinés dançantes ao pôr do sol
Nem só de noites e madrugadas – na pista de baixo ou na sala de cima, em que a manhã se vai anunciando nas grandes janelas – se fazem as idas ao Lux Frágil. Este verão, mais uma vez, as portas abriram-se ao fim da tarde de algumas quintas-feiras para, nas sessões SuperbALL, darem acesso ao terraço, onde continuará a haver concertos e DJ sets às sextas e sábados. Ainda vai a tempo dos próximos (e derradeiros) encontros marcados no último piso, ao pôr do sol. Av. Infante D. Henrique, Cais da Pedra, Armazém A, Lisboa > sex-sáb
PORTO
10. Bosco: Entre a arte e o jardim
É preciso entrar na Cooperativa Árvore, fundada há mais de 60 anos por artistas, escritores e intelectuais, para se descobrir o Bosco, que ocupa desde maio as traseiras desta casa amarela virada para as artes. Com vista para o Jardim das Virtudes e o rio Douro a correr ao fundo de mansinho, o novo terraço da cidade foi pensado para todos os públicos, incluindo crianças – os animais de companhia também são bem-vindos. Dos mesmos sócios do Base (o bar que ocupa o jardim do Passeio dos Clérigos, não muito longe daqui), o Bosco “é uma imensa esplanada ao ar livre, da qual as pessoas podem usufruir informalmente”, sublinha Gonçalo Henriques, um dos sócios.
Sentado nas cadeiras junto às mesas de madeira ou até mesmo na relva, onde não faltam almofadas e mantas, tanto se bebe um café como se saboreiam cocktails (€8-€10), bebidas espirituosas ou vinhos a copo (a partir €4). Às sextas e aos sábados, há música no jardim, a partir das 17h, a cargo de DJ convidados. No final de setembro, deverá abrir a sala do restaurante de cozinha internacional ibérica. Com a mesma vista para o jardim, pois claro. R. Azevedo de Albuquerque, 1, Porto > dom-qui 14h-21h30, sex-sáb 14h-2h
11. Terrace Lounge 360º: Beber um cocktail de vinho do Porto
Do topo deste edifício pensado em torno do vinho do Porto, tem-se uma das mais bonitas vistas sobre o casario da ribeira do Porto, a Ponte Luiz I e o rio Douro. Daí que, com o bom tempo, o Terrace Lounge 360º (sim, daqui observa-se tudo em redor) se encontre muitas vezes à pinha de gente – como quando o visitámos. Há quem venha para ver a vista enquanto ouve a música escolhida por um DJ (terça a domingo, a partir das 17h), beber um cocktail de vinho do Porto preparado com as colheitas da Porto Cruz ou tomar um aperitivo antes do jantar servido no DeCastro Gaia (no piso inferior), com cozinha de Miguel Castro e Silva e José Guedes.
Quem opta por fazer a refeição no terraço conta com uma carta de petiscos na qual constam, entre outros, pimentos padrón, peixinhos da horta e tártaro de bacalhau com puré de grão. Também as sobremesas (bolo de chocolate, leite-creme, tarte de queijo no forno…) harmonizam com vinho do Porto. Afinal, ele é o rei e senhor deste terraço. Lg. Miguel Bombarda, 23, Vila Nova de Gaia > T. 22 092 5401 > ter-sáb 12h30-24h, dom 12h30-19h
12. Rooftop Flores: Um segredo bem guardado
A meio caminho do Miradouro da Vitória, no antigo bairro judaico, uma porta conduz-nos a um dos terraços mais escondidos da cidade e a partir do qual se avistam alguns dos monumentos do Porto, como a Sé ou a Igreja dos Grilos. Sentados em cadeiras debaixo das laranjeiras, nos muros de pedra ou mesmo na relva, saboreiam-se tábuas de queijos (€30), sanduíche de rosbife, cocktails de vinho do Porto e vinho a copo. Além disso, poucos saberão que nos encontramos no piso superior do Museu da Misericórdia do Porto, através do qual também se pode aceder a este terraço, aberto desde 2021. R. da Vitória, 177, Porto > T. 22 090 6960 > qua-dom 12h-20h
13. Bello Rooftop: Brunch de domingo
Muitos desconhecem que o terraço do hotel The Rebello, nascido há pouco mais de um ano em frente ao estaleiro dos barcos rabelos em Vila Nova de Gaia, é aberto ao público. E mais ainda que deste lugar se observa um autêntico bilhete-postal do Porto e de Gaia. Todos os dias servem uma carta de cocktails e de petiscos sob o tema das Sete Maravilhas do Mundo (como Chichén Itzá, Cristo Redentor, Machu Picchu), que nos levam a viajar pelos cinco continentes e, aos domingos, das 12h às 15h, um brunch à carta e pizzas artesanais. Às quintas, a partir das 18h, e durante o brunch de domingo, o DJ Lessa toma conta da cabine de música. Cais de Gaia, 380, Vila Nova de Gaia > T. 22 002 8940 > seg-dom 12h-24h
14. Renaissance Porto Lapa Hotel: Almoçar junto à piscina
Ao 5.º piso deste hotel cinco estrelas da marca Renaissance, aberto há pouco mais de um ano, tanto se pode ir beber um cocktail (a assinatura é do mixologista Cristiano Losa) como saborear um almoço tardio. Tudo isto com vista para a cidade, o novo parque urbano da Lapa ou a piscina infinita do hotel (o seu uso é reservado a hóspedes). Para aconchegar o estômago, o chefe de cozinha Duarte Batista sugere gyosas de camarão (€16), bao de barriga de porco preto (€15), bowl de atum (€19), húmus com pão pita e aipo (€9) ou hambúrgueres (€17-€19). Nos fins de tarde de sexta e sábado, há música por conta de um DJ. R. de Cervantes, 169, Porto > T. 22 976 9810 > seg-dom 10h-23h
15. Lift Via Catarina: Ver a cidade do alto
Desde 2019 que o topo do Via Catarina ganhou um novo atrativo no 14.º piso, ao qual se acede pelo elevador do centro comercial ou pelo longo e serpenteado parque de estacionamento. Chegados lá acima, avistamos quase toda a cidade aos nossos pés: a Torre dos Clérigos, o edifício da câmara municipal, o renovado Mercado do Bolhão. Apesar de servir uma carta com refeições ligeiras – hambúrgueres, ovos rotos (€11,50), batatas com cheddar e bacon (€6,50) – e um brunch aos sábados e domingos (11h-13h, a partir de €13,50), são as sangrias servidas ao pôr do sol que têm conquistado mais adeptos (€28,50 o jarro para partilhar). Via Catarina Shopping, R. Santa Catarina, 312, 14.º piso, Porto > seg-qua, dom 12h-23h, qui-sáb 12h-24h