Na reabertura da Oficina do Cego na nova morada, na zona de Chelas, passaram pelo armazém, que agora lhes serve de casa, cerca de 150 pessoas. Nesse dia, 27 de abril, imprimiram-se cartazes relativos ao 1º de Maio, assim como aos 50 anos do 25 de Abril, contam Nuno Ramos e Rodrigo Gonçalves, presidente e vice-presidente, respetivamente, da Oficina do Cego.
Também houve oportunidade para experimentar serigrafia, tipografia e gravura, técnicas que se ensinam na associação desde a sua fundação, uma história que começa em 2009 com um grupo de amigos apaixonados pelas artes gráficas. “Os nossos associados, a maioria, são pessoas que fizeram formação connosco, tal como eu”, diz Rodrigo, licenciado em Design Industrial. Nuno Ramos, formado em Design e Artes Gráficas, juntou-se mais tarde.
Até chegar ao atual armazém, a Oficina do Cego passou por várias localizações. Funcionou na Casa Amarela, em Almada; esteve no Atelier Concorde, perto da Graça, em Lisboa; na Penha de França e no Quartel do Largo do Cabeço da Bola.
Depois de seis meses de paragem forçada, por não encontrarem uma morada, a retoma da atividade é uma excelente notícia para quem gosta de artes gráficas, produção artesanal e trabalho de oficina e quer aprender tipografia de caracteres móveis, encadernação ou serigrafia. No curso de autoedição ensina-se a produzir objetos gráficos de autor, em suportes tão diversos como cartazes, livros ou postais. “As pessoas voltaram a ter interesse por esta área, estão cansadas do digital e da rapidez”, nota Nuno Ramos.
No último trimestre do ano recomeçam os workshops, mas antes disso, já no final de junho, regressam as sextas sociais, um dia de porta aberta onde se ensina sempre alguma coisa e se convive, refletindo o ambiente da Oficina do Cego, feito de trabalho colaborativo e de partilha. “Conhecemos pessoas, ensinamos coisas uns aos outros e passamos um bom bocado”, resumem Nuno e Rodrigo, em jeito de convite.
Oficina do Cego > Estr. de Chelas , 101, Lisboa > geral@oficinadocego.pt > para se tornarem associados da Oficina do Cego, os interessados devem escrever uma espécie de carta de apresentação a explicar porque querem fazer parte desta associação