1. Barragem de Castelo do Bode, Tomar
Rodeada de montanhas e de verde, a Barragem de Castelo do Bode é “o lugar das memórias de infância, de descoberta da terra, das vindimas, da apanha da azeitona”. Um sítio belo, contemplativo, regenerador, afirma Raquel Marinho, ao qual volta sempre. “Há um poema do Jorge Sousa Braga que diz ‘é tão difícil guardar um rio quando ele corre dentro de nós’, e é exatamente isso que eu sinto. O rio Zêzere corre dentro de mim.”
2. Rio Tejo, Lisboa
Nunca foi adepta de corridas, mas não dispensa as longas caminhadas frente ao Tejo. “Durante muitos anos, vivemos de costas voltadas para o rio, mas isso acabou. Temos o privilégio de tê-lo ali, tão perto. Sento-me na relva, ouço música… é uma pausa boa, um corte com a minha vida a mil à hora.”
3. Snob, Lisboa
À Snob gosta de ir comprar livros de autores contemporâneos, publicados por editoras pequenas e independentes. “Vou lá todos os meses, sou uma consumidora ávida de livros, com um interesse particular pela poesia. Há mais livrarias com estas características, mas a Snob faz também edições pequenas, mais adequadas à minha procura.”
4. National Gallery, Londres
É sobretudo pelo quadro do vaso com girassóis, de Vincent van Gogh, ao lado do qual já teve “muito bons momentos”, que volta à National Gallery. “Até já fiz o exercício de me afastar para o ver de longe, e ele ganha uma luz fantástica, destaca-se.” Além disso, “é um museu incrível, e não se paga.”
5. Musée de l’ Orangerie, Paris
No Jardim das Tulherias, o Musée l’ Orangerie é conhecido por ter diversas obras famosas, incluindo “uma série de painéis gigantes com nenúfares do Monet, que atravessam toda a sala”. Além de gostar dos pintores impressionistas, diz Raquel, “o mais impactante foi ver a Matilde [a filha] lá no meio. Não é o óbvio de Paris, mas é mesmo muito bonito.”
6. Álvaro de Campos
Com Poema em Linha Reta, de Álvaro de Campos, uma descoberta na adolescência, apaixonou-se pela poesia. “Fui atingida por uma verdade com a qual me identifiquei. Tinha muitas dúvidas, sempre tive, e à minha volta só via gente cheia de certezas. A poesia pode pôr legendas naquilo que sentimos e não conseguimos definir. Pode ser dócil ou inquietante, incomodar, tirar-nos do conforto, perturbar.”