1. Efterklang, Porto e Lisboa

É mais um sinal de regresso ao tão ansiado velho normal, os concertos de artistas internacionais que, aos poucos, começam a voltar aos palcos portugueses. E no caso dos dinamarqueses Efterklang a dose dupla de espetáculos, no Porto e em Lisboa, ganha ainda mais relevância pelo facto de virem apresentar um novo álbum, Windflowers, editado há pouco menos de um mês. O trabalho resultou da reclusão do grupo na ilha de Møn, “numa quinta isolada a sul de Copenhaga”, como referiu o vocalista Casper Clausen à VISÃO, onde, em plena pandemia, redescobriram o simples prazer de estarem juntos, com tempo e disponibilidade para a criação. Depois de mais de duas décadas a alargarem um intrincado universo musical, através das mais variadas experimentações musicais, a banda regressou, assim, às origens, quando Mads Brauer, Rasmus Stolberg e Casper Clausen eram tão-só um grupo de amigos com vontade de fazer música.
Centrando-se apenas nos elementos mais básicos, encontraram um novo caminho, neste caso mais intimista e melódico. “Nunca quisemos ter um estilo próprio, mas, sim, encontrar sempre caminhos novos para a nossa música. O nosso objetivo, enquanto banda, é fazer sempre algo diferente, que surpreenda o público”, sublinhou o músico. Apesar de bastante diferente do experimentalismo de outros tempos, Windflowers não é por isso menos desafiante na sua enganadora simplicidade, como o público português poderá agora comprovar ao vivo, num regresso a Portugal muito especial para Casper que, até ao ano passado, viveu em Lisboa, cidade da qual, confessa, sente “muitas saudades”. M.J. M.Ou.Co > R. de Frei Heitor Pinto 65, Porto > T. 22 766 7790 > 5 nov, sex 21h30 > €18 > Musicbox > R. Nova do Carvalho, 24, Lisboa > T. 21 347 3188 > 6 nov, sáb 22h30 > €16
2. C’Azedu Wild At Heart – Festival de Cerveja Artesanal, Porto

Os festivais de cerveja artesanal voltaram em força e a prová-lo está a primeira edição do C’Azedu Wild At Heart, uma festa da cultura das fermentações que vai ocupar a Alfândega do Porto durante dois dias, nesta sexta e sábado, 5 e 6, com 17 cervejeiras (nove nacionais e oito estrangeiras). O festival aposta nas Wild Ales, as chamadas cervejas espontâneas cujo estilo mais reconhecido é o Lambic, um produto belga classificado como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco. Às nacionais Vadia, Dois Corvos, Letra, Maldita, Luzia, Barona, Burguesa e Sovina, juntar-se-ão participações internacionais, entre as quais, a Timmermans, a cervejeira mais antiga do mundo (com mais de 300 anos) na produção de Lambics, situada nos arredores de Bruxelas, as belgas Alvinne e Bofkont, as dinamarquesas Penyllan e Baghaven ou as catalãs La Calavera e a francesa Popihn. Outra das novidades do C’Azedu Wild At Heart é o facto de dar a provar a nova tendência dos vinhos naturais, sidras, kombuchas, destilados e cocktails. F.A. Alfândega do Porto, R. da Alfândega, Porto > 5-6 nov, sex 15h-22h, sáb 14h-22h > €4/copo incluído
3. À Volta do Barroco, Casa da Música, Porto
Novembro é o mês de À Volta do Barroco, o festival mais antigo da Casa da Música que volta a reunir em palco a Orquestra Barroca com a Orquestra Sinfónica e o Remix Ensemble, cruzando as partituras de grandes mestres do Barroco com compositores influenciados por este estilo artístico do final do século XVI até meados do XVIII. O festival começa nesta sexta, 5, com a Barroca e a Sinfónica a dedicarem-se a um dos géneros instrumentais mais importantes do período Barroco: o concerto grosso, com a participação do premiado violoncelista dos Países Baixos Pieter Wispelwey. Já no sábado, 6, será o Remix Ensemble a juntar-se à Sinfónica num concerto dedicado à música concertante, com dois solistas de renome: o violinista Ashot Sarkissjan e o violoncelista Marc Coppey. Em Ano Itália, o concerto de domingo, 7, juntará a Barroca ao Remix para, entre outras obras, a interpretação do Concerto nº1 para violoncelo de Haydn, e uma nova presença do violoncelista holandês Pieter Wispelwey. Nos restantes dias do festival, a não perder o Requiem de Mozart (13 nov), obra genial escrita no leito da morte do compositor austríaxo, e o regresso de Andreas School (16 nov), considerado pela Casa da Música como “um dos contratenores mais brilhantes da música erudita”. F.A. Casa da Música, Av. da Boavista, 604, Porto > T. 22 0120220 > 5-7 nov, sex 21h30 > €14
4. Festa do Cinema Italiano, Cinema Trindade, Porto

O périplo pelo País da 14ª edição da Festa do Cinema Italiano passa pelo Cinema Trindade, na Baixa do Porto, até à próxima quarta, 10, para lembrar as grandes divas, que marcaram gerações, em Itália e no resto mundo. Neste fim de semana, pode ver-se Piccolo Corpo, o primeiro filme de Laura Samani, uma celebração da força feminina, estreado na Semana da Crítica no Festival de Cannes (sáb, 16h30) e Come un gatto in tangenziale – Ritorno a Coccia di Morto, de Riccardo Milani, uma comédia irónica que aborda as grandes questões sócio-culturais (sáb, 21h30). No dia seguinte, o cartaz trará Névia, um drama centrado na história de duas mulheres, de Nunzia De Stefano (dom, 16h30), e Uma Livraria em Paris, uma comédia romântica, inspirada num argumento nunca filmado por Ettore Scola, que é a mais recente película do ator e realizador Sergio Castellitto, depois do filme Fortunata (dom, 21h30). A fechar a festa no Porto, será exibido Hammamet, de Gianni Amelio, um retrato do último ano da vida de Bettino Craxi, um dos mais controversos líderes italianos dos anos 80, condenado a 27 anos de prisão. S.S.O. Cinema Trindade > R. do Almada, 412, Porto > T. 22 316 2425 > Até 10 nov, sex 21h30, sáb-dom 16h30, 21h30, seg-qua 21h30 > €6
5. Inaugurações simultâneas, Porto
Neste sábado, 6, regressam as Inaugurações Simultâneas com novas exposições em 14 galerias, no Quarteirão de Miguel Bombarda, no Porto. A partir das 16 horas, os espaços de arte contemporânea, os lugares expositivos, comerciais e alternativos abrem-se a novas propostas artísticas através de obras e coleções, de acesso gratuito. Neste cruzar artístico, percorre-se a pintura de Armando Alves, na Galeria São Mamede; exploram-se obras recentes de Pedro Cabrita Reis Cristina Massena, na Galeria Fernando Santos; o Acervo da Galeria Presença com trabalhos de Beatriz Manteigas, Maria Caldas Ribeiro e Zaneta Jasaityté, as ilustrações de Rafaela Teixeira Rodrigues em A Bordadeira, na Ó! Galeria; além das 200 peças criadas por 79 joalheiros, oriundos de cerca de 30 países, que criaram joalharia, em exclusivo para a 7ª edição do Tincal Lab Challenge 2021, sob a temática da Natureza.

Suspensa durante meses, a animação de rua regressará com um concerto na zona pedonal do trio brasileiro formado por Pedro Aragão, Yuri Reis e João Pita, instrumentistas habituados à partilha musical nas rodas de choro, um Dj set da associação cultural Openbox à varanda do número 463 da Rua Miguel Bombarda, e as visitas guiadas. Além destes percursos presencias, de participação gratuita, mas limitados e com inscrição prévia (stopandgo@agoraporto.pt.), haverá ainda uma visita guiada virtual, transmitida na página da Ágora, a partir das 17 horas. Em simultâneo, haverá novas coleções de moda, acessórios e joalharia de autor, e sugestões de design ecológico e sustentável. Aos visitantes serão oferecidas castanhas, antecipando-se assim o São Martinho. S.S.O. Várias galerias > Quarteirão da Rua Miguel Bombarda, Porto > 6 nov, sáb 16h > grátis
6. Filarmonia (Re)visitada, Festival Inventa, Resende

O Festival Inventa regressará ao território do Tâmega e Sousa já neste sábado, 6, às 21h30, com a primeira apresentação do desafio proposto ao maestro Osvaldo Ferreira, no Auditório Municipal de Resende. Depois dos concertos da Travessia da Ponte e do Ciclo de Música ao Luar, que envolveu nomes como André Henriques (Linda Martini), Peixe (Ornatos Violeta), Cristovam e Valter Lobo, o festival retoma os concertos numa nova etapa, designada por Filarmonia (Re)visitada. O projeto tratou de reunir 28 músicos emergentes provenientes de associações e bandas filarmónicas, estruturas onde uma grande parte dos jovens desperta para o fenómeno musical no País. Do repto nasceu um projeto de co-criação (primeiro com Osvaldo Ferreira e, agora com o maestro Francisco Ferreira, que o irá substituir nos três primeiros concertos de novembro) que explora a história da região do Tâmega e Sousa e potencia abordagens contemporâneas e invulgares. O programa será composto por obras de cerca de dez compositores, dos séculos XVI a XVIII, como Jehan Titelouze, Francisco Correa Arauxo, Michel Corrette e Sebastián Durón. Seguem-se apresentações em Cinfães (13 nov, sáb 21h30), Paços de Ferreira (20 nov, sáb 21h30), Lousada (12 fev, sáb 21h30), e, por fim, a Casa do Xiné – Centro Cultural em Quintandona, Penafiel (19 fev, sáb 21h30) receberá o concerto de encerramento da Filarmonia (Re)visitada. S.S.O. Auditório Municipal de Resende > R. Egas Moniz, 8, Resende > 6 nov, sáb 21h30 > grátis